O discurso da Assovepar, representante dos revendedores paranaenses, dá a entender que esses casos são extremos e não representam a realidade do segmento. De acordo com o presidente da associação, Lidacir Antônio Rigon, a recuperação do mercado começou logo nos primeiros meses do ano, e vem se sustentando. "De setembro a dezembro, as vendas dos nossos associados recuaram 40%. Com isso, a média mensal de vendas em 2008 ficou deprimida. E neste ano temos conseguido superar essa média a uma taxa de 4% a 5% ao mês", diz.
"As vendas melhoraram bastante", afirma o empresário Patrick Toledo. Segundo ele, as vendas de sua loja, em Santa Felicidade, subiram cerca de 35% desde fevereiro. "Os consumidores têm a confiança de que a crise diminuiu, e as financeiras baixaram os juros e voltaram a conceder crédito com mais flexibilidade", explica.
Mas essa exuberância não bateu às portas de todas as revendedoras: a maioria das consultadas pela Gazeta do Povo fala em estagnação ou discreta reação. Nivaldo Neves da Silva, dono da Blitz Veículos, do Bacacheri, diz que as vendas "estão mais ou menos iguais" desde janeiro. Sônia Panizio, da Almeida Veículos (bairro São Braz), diz ter observado uma sutil melhora: o número de carros vendidos subiu de 12, no início do ano, para até 15 mais recentemente. O que não evitou que ela transferisse o escritório para casa, a fim de economizar nos gastos.
O proprietário da Andercar (Pinheirinho), Anderson Jovino da Silva, conta que a melhora observada a partir de março, quando suas vendas mensais subiram de 12 para até 20 veículos, foi brecada em julho, mês em que negociou apenas 9 automóveis. "O mercado deve melhorar em agosto. Pior do que está não tem como ficar", aposta Cezar Bataglin, da JV Car Multimarcas (Vila Izabel). Antes da crise, ele negociava 25 automóveis por mês, número que caiu a 15 no início do ano e a dez em julho.
Colaborou Suelen Trevizan