Rio de Janeiro O programa "Computador para todos" é um sucesso, não dá para negar. Segundo o governo, mais de 600 mil máquinas foram vendidas em 2006 a preços módicos, depois que se isentou os fabricantes de equipamentos das altas tarifas praticadas no segmento. O projeto também fez com que a indústria tradicional baixasse os preços para competir com as marcas que se cadastraram no programa.
Ou seja, o governo acertou dos dois lados. Mas errou num terceiro ponto: o "Computador para todos" estaria incentivando a pirataria de software. É o que diz a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes).
De acordo com um estudo encomendado pela entidade ao instituto de pesquisa Ipsos, 73% dos compradores de PCs populares desinstalaram o sistema operacional de código aberto, pré-instalado nos micros do programa do governo, substituindo-o por outro, de código proprietário em um prazo de 31 dias. Dando nomes aos bois: os usuários trocaram o Linux, que vem nas máquinas, por versões de Windows. Na maioria das vezes, diz a Abes, por cópias piratas.
O governo federal contesta o levantamento. De acordo com Sérgio Rosa, diretor do Serpro, um dos responsáveis pelo programa "Computador para todos", o critério de seleção dos entrevistados não ficou claro. "Em primeiro lugar, esta é uma sondagem, não uma pesquisa. Depois, as entrevistas foram feitas no Paraná e em São Paulo, regiões que têm uma certa tipicidade", diz Rosa. "O levantamento diz que 73% dos compradores trocaram de sistema, mas antes todo mundo comprava no mercado cinza".
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