O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) quer apresentar nos próximos meses à comunidade portuária uma proposta para a construção de um terceiro cais, como forma de atender à demanda crescente e que vem batendo recordes. A movimentação de contêineres pelo terminal atingiu 43,2 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) em abril, o maior volume em um único mês. Entre janeiro e a primeira quinzena de maio, o TCP movimentou 196,8 mil TEUs, 11% a mais do que no mesmo período do ano passado. A ampliação também vai dar mais condições de o terminal competir com dois concorrentes que começam a operar em Santa Catarina, um deles no próximo mês e o outro até o fim de 2008, e outro em Santos.
A movimentação do TCP, inaugurado em 1999, é tão alta que a taxa de ocupação está atualmente em 85,4%. De acordo com o diretor superintendente do terminal, Juarez Moraes e Silva, a média mundial é de 60%. "É o ideal, porque com ocupação menor é possível fazer a manutenção necessária", diz. O projeto de ampliação, que deve envolver dezenas de milhões de reais, levará um ano e meio para ficar pronto e contribuirá para atender à demanda dos próximos cinco anos, na avaliação de Silva.
Segundo ele, o terminal vai tentar obter financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancar parte da obra com recursos próprios. O projeto está em desenvolvimento, mas precisa passar pelo crivo da população local, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Paranaguá e da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), que arrendou a área onde o TCP está instalado. "Nossa expectativa é de fechar o ano com o projeto discutido e aprovado, se possível."
O TCP tem hoje área de 260 mil metros quadrados e outros 90 mil de área de retaguarda estão sendo finalizados. Desde sua criação, o terminal investiu R$ 345 milhões em equipamentos e serviços. Para Silva, Paranaguá consegue oferecer uma solução mais natural para atender mercado, principalmente em relação ao acesso por ferrovia. A América Latina Logística (ALL) tem uma estação dentro do TCP. Os terminais de Itajaí e o de Navegantes, que será inaugurado no próximo mês, não têm acesso fácil à ferrovia, lembrou Moraes e Silva. Santos também tem um gargalo nessa área e dificuldade de unificar as operações das margens direita e esquerda.
Cargas
A parceria com a ALL impulsionou a movimentação de cargas refrigeradas pelo TCP. A movimentação de reefer (contêiner específico para congelados) aumentou 47,4% entre janeiro e abril de 2007 em relação ao mesmo período do ano passado. Os congelados são as principais cargas exportadas pelo TCP. Em abril, 27,6% da carga era reefer. "Paranaguá é vista como um produto logístico consistente para o sistema", diz Silva. Em seguida ficaram a madeira bruta, com participação de 21,3%, madeira beneficiada (13,6%) , papel e celulose (6,1%) e autopeças (6%).