Construção feita pelo programa Minha Casa, Minha Vida, em Londrina| Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina

Crescimento

Em Curitiba, crédito teve alta de 127%

Curitiba registrou um aumento no financiamento imobiliário pela Caixa Econômica de 127% em 2009, número acima da média do estado e do país, que registraram alta de 104% e 102%, respectivamente. Na cidade, o total de crédito no ano passado foi de R$ 1,4 bilhão, segundo dados do banco.

Na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Hamilton Franck, apesar de os números regionalizados mostrarem um avanço sensível do financiamento imobiliário na região metropolitana, ele afirma que o interior está avançando na participação do volume total direcionado ao estado. "Normalmente o crédito fica cerca de 50% no interior e 50% na região de Curitiba. Estes números da Caixa mostram participação de 57% do interior, que está pegando uma parcela maior do bolo", diz.

O panorama da construção civil é de crescimento consistente, segundo Franck. Apenas em 2010, a expectativa é que o setor cresça 10% no estado. "Com os últimos incentivos do governo, pelo menos na construção civil os juros estão com patamar civilizado, partindo de 5,5% ao ano. Se o mercado mantiver uma postura madura, manteremos uma boa evolução nos próximos anos", diz.

André Lückman

CARREGANDO :)
Em 2009. A caixa mais que dobrou o volume de empréstimos habitacionais. Confira
CARREGANDO :)

A Caixa Econômica Federal quer alcançar, neste ano, 1 milhão de moradias financiadas pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida – meta estabelecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para chegar a esse número, porém, terá de financiar 724.472 imóveis em 2010, número que representa quase o triplo de 2009, quando foram financiadas 275.528 unidades entre abril, mês do lançamento do programa, e dezembro. A projeção era de 400 mil no ano."Estamos numa velocidade [de contratação] que nos dá autoridade para falar que chegaremos a um milhão até o final do ano", disse o vice-presidente da área de governo da Caixa, Jorge Hereda, durante apresentação do balanço de crédito imobiliário, ontem.O banco liberou em 2009 um volume recorde de R$ 47,05 bilhões para contratações de crédito imobiliário – alta de 102% em relação ao ano anterior, quando os empréstimos atingiram R$ 23,3 bilhões.

De acordo com Hereda, o ritmo de contratação de financiamentos através do Minha Casa, Minha Vida vem aumentando nos últimos meses, devido ao "aprendizado" dos agentes envolvidos nas operações. No mês de lançamento do programa, foram financiadas 4,5 mil unidades. Em dezembro, o número estava em 91,3 mil.

Publicidade

Nos últimos três meses de 2009, a média de financiamento foi de mais de 60 mil unidades. "É possível manter [essa média] neste ano e, assim, conseguir contratar um milhão de moradias até dezembro".

Para o economista-chefe do Secovi-SP (sindicato da habitação), Celso Petrucci, não será fácil atingir a meta. "Dá para fazer, mas vai exigir um esforço adicional da indústria, da Caixa, das prefeituras e até da liberação dos licenciamentos ambientais", avaliou.

Segundo ele, o programa tem alguns entraves importantes, como é o caso da dificuldade das construtoras em acharem terrenos. "Os custos devem estar compatíveis para que se possa produzir unidades de R$ 60 mil, R$ 70 mil até R$ 130 mil (valor máximo permitido no programa)". Para ele, é necessário maior agilidade na aprovação de projetos. Das 656.368 propostas recebidas na Caixa, 380.840 esperam análises.Programa

Ao todo, 886.762 famílias fecharam contrato com a Caixa no ano passado, sendo 275.528 pelo Minha Casa, Minha Vida. "Contra­­riando todas as expectativas, 2009 foi um ótimo ano para o crédito imobiliário", disse Hereda. As linhas de crédito com recursos do FGTS também tiveram crescimento expressivo. Os empréstimos para imóveis novos ou na planta somaram mais de R$ 9,4 bilhões, 109% maior do que 2008. A quantidade de unidades financiadas aumentou 31%, passando de 110.021 em 2008 para 144.309 em 2009.

Já os recursos para imóveis usados aumentaram 36% no ano passado, subindo de R$ 5,74 bilhões para R$ 7,84 bilhões. No total, o financiamento com recursos do FGTS cresceu 65%, com 284.791 novos contratos.

Publicidade