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Investimentos

Para concentrar cargas, Paranaguá competirá com Uruguai e Argentina

Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas (Foto: Arquivo Gazeta do Povo)

Se o Paraná pretende ter um porto concentrador de carga em seu território, não terá que competir apenas com o Porto de Rio Grande. Os portos do Uruguai e da Argentina também estão trabalhando para ser a opção preferencial dos armadores no Sul da América do Sul. A área de influência atingiria os terminais gaúchos, catarinenses e paranaenses.

De acordo com o presidente da ABTP, Wilem Manteli, os acessos aos portos da província de Buenos Aires, na região de Bahía Blanca, podem chegar a 60 pés, condição essencial para um porto de transbordo. "De Paranaguá para baixo estamos muito próximos da Ásia, na rota que contorna o sul do continente africano. Podemos nos manter competitivos, desde que haja investimento em infra-estrutura", alerta.

O presidente da Administração Nacional de Portos (ANP) do Uruguai, Fernando Puntigliano, em visita recente ao Brasil, destacou algumas vantagens dos portos uruguaios, onde serão investidos pelo menos US$ 260 milhões (cerca de R$ 460 milhões) nos próximos anos. Lá há o regime de porto livre, ou seja, as mercadorias podem transitar sem necessidade de desembaraço aduaneiro. Também não são cobrados impostos. "Um porto livre tem um impacto enorme sobre o tempo de espera de carga e produtividade. No Brasil, temos pelo menos 10 órgãos diferentes que interferem na liberação de cargas", diz o diretor do Centro de Estudos em Logística do Coppead, Paulo Fleury. Segundo ele, em 2006, os portos brasileiros foram atingidos por 180 dias de greves de servidores de várias categorias. "É tudo o que um armador não quer."

Na Argentina, a região de Bahía Blanca conta com diversos terminais, que movimentam todo o tipo de carga, desde pescados e grãos até derivados químicos. Outra vantagem do local é um pólo petroquímico, no qual a Petrobrás tem uma unidade de processamento de gás natural. Em setembro, o governo da Argentina anunciou que vai licitar uma unidade semelhante dentro de oito meses, com um investimento previsto de US$ 442 milhões.

Outras dezenas de milhões de dólares estão sendo investidos nos portos dessa região apenas neste ano. Para Fleury, há possibilidades de a Região Sul do Brasil ser servida por cargas que vêm dos países vizinhos.

Mas os portos da Argentina e do Uruguai têm algumas desvantagens, também, segundo o presidente da ABTP. "O leito do canal em ambos os casos têm muitas pedras e a dragagem de aprofundamento terá um custo financeiro muito alto", ressalva Manteli. (RF)

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