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É comum encontrar usuários que tentaram marcar uma consulta e ouviram que só poderiam ser atendidos mais de um mês depois. O levantamento informal da Gazeta do Povo mostra que, dos 66 profissionais que atenderam o telefone, 36 não podiam atender dentro dos novos prazos estabelecidos na semana passada pela Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS) – é o contrário do que informam as representantes das operadoras, que dizem já cumprir boa parte do que passará a ser exigido dentro de três meses.

Gilberto Tuyuty, coordenador de um teatro de Curitiba, conta que já teve de mentir para conseguir uma consulta com um ortopedista. Tuyuty ligou para um profissional e foi informado de que só poderia ser atendido 40 dias depois. Em outro momento, ligou novamente e perguntou quando havia horários para quem pagasse pela consulta. Resultado: poderia ir à clínica em quatro dias.

"Fui lá dentro daquele prazo e me fiz de desentendido, dizendo que não tinha entendido que era particular. Como ela viu que eu ia fazer um barraco, conseguiu me encaixar na agenda do médico como uma consulta pelo plano. É um absurdo eu ter de pagar pela saúde privada e, na hora em que eu preciso de atendimento, ter de mentir para conseguir", reclama o coordenador.

O argumento de muitos médicos sobre a preferência dada às consultas particulares é o de que eles recebem pouco das operadoras de saúde – em abril, chegaram a suspender os atendimentos dos usuários de planos de saúde por um dia, em protesto por reajuste na tabela. "Até certo ponto eu entendo a situação dos médicos, que dizem receber pouco pela consulta. A questão é que eu não pago pouco pelo meu plano e eles precisam discutir isso melhor com as operadoras", ressalta Tuyuty.

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