A proposta de aumento do salário mínimo regional mobiliza os empregados domésticos, uma das classes beneficiadas. De acordo com a diretora do Sindicato dos Empregados Domésticos do Paraná, Caroline Michelisa, o aumento ficaria abaixo do porcentual do ano passado (15,27%) mas dentro da expectativa. "Os empregados domésticos estavam à espera de uma posição do governo estadual desde o aumento do mínimo nacional (em 1º de fevereiro). Este reajuste é considerado justo e capaz de aumentar o poder de compra dessa classe."

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Entretanto a representante do sindicato ressalta a possibilidade de o aumento gerar desemprego e engordar a lista da informalidade. "Somos um setor com informalidade recorde e este aumento, em um momento de crise, pode justificar futuras demissões ou contratações informais", diz.

Se aprovado, o novo salário mínimo regional ficará entre R$ 605 e R$ 629. Motivo de preocupação para a jornalista Patrícia Constanski que emprega em sua casa a doméstica Emília Beck. "O reajuste da minha categoria não passa de 7%, como vou pagar um aumento de 15% para minha funcionária? Temo não conseguir mantê-la no emprego", declara. Segundo Patrícia, o custo do salário de Emília, incluindo transporte e os encargos trabalhistas, fica em R$ 681,20.

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A funcionária pública federal Simone Pedroso Ribeiro contratou há três meses a empregada doméstica Vanessa Denzer e afirma que para manter o compromisso firmado com a funcionária terá que rearranjar gastos. "Naturalmente terei um impacto financeiro, mas não é um serviço de que posso abrir mão no momento", diz.

Para o sindicato dos empregadores domésticos do Paraná o reajuste não deve gerar demissões em massa, mas representará mais um ônus para os empregadores. "Recentemente tivemos o aumento do transporte coletivo em quase 16%. Com o reajuste do mínimo cada empregado doméstico vai passar a custar R$ 890 para o empregador", diz a diretora de recrutamentos Sandra Cavalheiros.

As empregadas domésticas Vanessa e Emília acreditam que o salário mínimo regional, que entrou em vigor em 2006, é a garantia de um reajuste anual para os empregados domésticos. "Trabalho como doméstica há mais de 20 anos e cheguei a ficar até três anos sem aumento", lembra Vanessa.