São Paulo (Das agências) Empresários comemoraram o tão esperado corte nos juros básicos (Selic), mas destacaram que a redução veio com atraso e foi inexpressiva. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o Copom demorou demais para ceder às evidências da economia e dar início à trajetória de queda da taxa. "De qualquer maneira, a decisão anunciada é bem-vinda. Antes tarde do que nunca", diz Skaf. Segundo ele, a redução poderá contribuir para estimular a produção, "num momento em que os setores produtivos e a sociedade preocupam-se com as incertezas geradas pela crise política".
O presidente da federação no Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, tem uma posição mais radical. Para ele, a decisão do Copom "somente expõe a necessidade de mudança da gestão da política econômica brasileira". "O atual sistema de governança é intrinsecamente mau. Trata-se de um modelo anacrônico, antidemocrático e não-patriótico", afirma Rocha Loures, em nota.
O diretor do departamento de economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, manifestou contentamento com a redução dos juros. "Finalmente chegou a tão desejada queda da Selic. Com um largo atraso, é verdade, e insuficiente para o que se deseja em termos de expansão econômica. Ao menos representa o início, assim esperamos, de um ciclo de reduções sucessivas da taxa de juros", afirma Tabacof.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, considerou tímida e conservadora a decisão do Copom. Segundo ele, há espaço para uma queda mais significativa. "A queda dos juros era uma decisão que esperávamos, mas ela precisava ser mais efetiva. Foi mais uma vez conservadora", diz.
Para a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), a redução já deveria ter começado em abril. "Por várias vezes, a Fecomércio se posicionou de forma a lembrar que os efeitos da política monetária são defasados e, agora, vêem-se números de inflação em queda, atividade industrial desacelerando e emprego e salários comprimidos", diz a entidade, em comunicado.
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