A Telefônica Vivo apresentou na terça-feira (26) seus resultados do segundo trimestre e, com eles, uma projeção revisada das sinergias que terá ao absorver a operação da GVT. A economia propiciada pelo negócio é tão expressiva que o presidente da companhia, Amos Genish, declarou ao jornal Valor Econômico, que a Telefônica levou a operadora que tinha sede no Paraná praticamente de graça.
“Olhando o valor presente líquido, a Telefônica recebeu uma GVT grátis. [As sinergias] Cobrem quase 100% do preço”, disse o executivo ao Valor. Nas contas da empresa, a economia proporcionada pelas sinergias entre as duas companhias será de R$ 25 bilhões, mais do que os R$ 22 bilhões pagos pela GVT.
O processo de integração das duas empresas começou no ano passado. No primeiro semestre deste ano, a marca GVT deixou de ser usada e foi substituída pela Vivo. No processo, cerca de 2 mil pessoas foram demitidas e há outra rodada de cortes prevista para este segundo semestre.
O tamanho das sinergias é surpreendente, já que a avaliação inicial era que a economia obtida na união dos negócios seria de R$ 14 bilhões. Na época, o valor pago pela GVT foi considerado elevado pelo mercado. Após o início da união das empresas as sinergias foram revistas para cima, até chegarem aos R$ 25 bilhões.
No segundo trimestre, a Telefônica teve lucro líquido de R$ 699,5 milhões, com queda de 23,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda no resultado líquido da Telefônica é explicada principalmente pela provisão de R$ 101,2 milhões para reestruturação organizacional da empresa. A provisão se concentrou na linha de custos com pessoal, que teve alta de 17,5% no trimestre. Sem esta iniciativa, os custos com pessoal teriam subido apenas 5,8%, conforme consta no balanço.
A receita operacional líquida no segundo trimestre totalizou R$ 10,510 bilhões, uma leve alta de 0,8%.