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Carlos Mulas-Granados, do departamento de Assuntos Fiscais do FMI, disse na manhã desta quinta-feira (28), em evento no Rio de Janeiro, que a América Latina vive um problema de confiança e que, por isso, um ajuste fiscal se faz necessário.

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“No início dos anos 2000 se investia mais fortemente na América Latina. Agora, os investidores têm mais incertezas, e os incentivos se voltam a outras partes do mundo. É por isso que o ajuste fiscal deve ocorrer nessa região”, comentou Granados, durante o 2º Seminário Internacional de Política Fiscal, promovido pelo Departamento de Assuntos Fiscais (FAD) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

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Para o economista do FMI, promover o ajuste fiscal sinalizaria o comprometimento dos países da região com o crescimento em médio prazo e atrairia novos investimentos.

“É preciso criar políticas fiscais amigáveis ao crescimento. As políticas fiscais podem ajudar o crescimento, encorajando o fornecimento de força de trabalho, reduzindo os impostos trabalhistas, aumentando o investimento capital. O custo de capital poder ser reduzido e a eficiência do investimento público, aumentada”, pontuou Granados.

O economista do FMI ressaltou, ainda, que o crescimento de países da América Latina vem sendo afetado pela perda de receitas com commodities agrícolas e minerais:

“A América Latina teve redução na coleta de receitas vindas de commodities devido aos preços dos produtos agrícolas e minerais. Só na Bolívia, entre 2013 e 2015, essa queda foi de 60%. É um choque muito grande, que precisa ser acomodado.”