O aumento de US$ 1 bilhão na folha de pagamentos no Brasil, na China e em outros mercados emergentes foi o preço que o HSBC pagou para escapar da estagnação que atingiu alguns concorrentes que dependem mais da Europa.
Ao anunciar ontem um lucro antes de impostos de quase US$ 22 bilhões, o maior de um banco ocidental em 2011, o banco se mostrou confiante de que o crescimento na Ásia, América Latina e Oriente Médio continuará a compensar as condições instáveis na Europa. Com 89 milhões de clientes em 85 países, o HSBC viu o lucro antes de impostos em 2011 crescer 15% aumento decorrente, em grande parte, dos negócios no Brasil, Hong Kong, China, México, Argentina e Cingapura.
No entanto, com o aumento de 10% nos custos em 2011, que se deve em parte aos aumentos salariais nos mercados emergentes, será um desafio atingir a meta do banco para 2013 de reduzir os custos, afirmou o presidente-executivo da instituição, Stuart Gulliver.
Confiança
O HSBC, que é o maior banco da Europa e garante mais de 75% do lucro dele fora da região e da América do Norte, ficou relativamente imune à crise na zona do euro por causa da força que tem nos mercados emergentes. O banco acredita que essa tendência continuará, apesar de temer que as economias emergentes estejam superaquecidas e tenham uma parada abrupta.
"Continuamos confortáveis com mercados emergentes e estamos confiantes de que o crescimento do PIB nesses países será positivo e que a China terá um pouso suave", declarou Gulliver. Em contraste, a economia da zona do euro ficará estagnada neste ano, com "grandes recessões" em alguns países do sul do continente, acrescentou.
Salários e bônus
O HSBC pagou US$ 4,2 bilhões em bônus, 2% a menos que em 2010. Bancos estão sob pressão cada vez maior de políticos e da opinião pública para diminuir as gratificações por causa do peso do setor financeiro nos problemas econômicos globais. Gulliver recebeu 8 milhões de libras (US$ 12,7 milhões) no ano passado, entre eles 2,2 milhões de libras de bônus, contra os 8,4 milhões em 2010, quando estava à frente da unidade de banco de investimento do conglomerado.
Cortes de custos
A relação custo-lucro piorou para 61%, ante 55,6% um ano antes quanto menor o percentual, melhor. Gulliver disse que o HSBC compensará a pressão redobrando os esforços de cortes de custos e se mostrou confiante de que alcançará o teto da meta anual de redução de despesas, de US$ 2,5 bilhões a US$ 3,5 bilhões. No ano passado, o HSBC cortou 11 mil postos de trabalho e vendeu 19 negócios. "É um redesenho do grupo, não um encolhimento. É para nos deixar na linha de frente", afirmou o presidente do banco.
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