Para governo, resultado ruim não indica recessão

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2008 era esperada pela equipe econômica, mas avaliou que o "susto já passou". "Tínhamos consciência de que, em função do que aconteceu a partir de outubro, íamos ter um trimestre fraco e temos consciência de que é possível a gente dar a volta por cima", disse o presidente, explicando que em março já houve sinais de recuperação em várias áreas da atividade econômica.

O presidente acredita que será possível chegar ao fim do ano com "boa recuperação econômica". "Mesmo que ele [o PIB] seja próximo de zero, o Brasil será um dos poucos países do mundo, dos emergentes e dos grandes, que não terá uma recessão como terão os países ricos", disse.

Meirelles

Para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o resultado do PIB mostrou que o Brasil não está imune à crise no mercado globalizado, mas também que a economia tem fundamentos sólidos, o que vai ajudar o país a sair mais rapidamente da crise. Em nota enviada pela sua assessoria Meirelles avaliou a queda de 3,6% do PIB do último trimestre em relação ao período anterior foi fortemente influenciada por ajustes de estoques em alguns setores.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, avaliou que o resultado do PIB do quarto trimestre de 2008 (queda de 3,6%) "foi ruim e é uma pena" porque foi um breque súbito na economia. Ele lembrou que a atividade econômica estava crescendo à taxa de 6,8% no terceiro trimestre. O ministro, no entanto, acredita que o resultado no ano ainda foi bom. "Tivemos um crescimento acima de 5% como o governo previa e ainda tivemos uma boa taxa de expansão dos investimentos em 13,8%."