Não há caminho fácil e o país precisa ter mais ambição. Essas afirmações foram feitas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na manhã desta segunda-feira no seminário “Reavaliação do Risco Brasil”, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV/CEM), na sede da Firjan. Ele disse também que é necessário resolver as questões de gasto público ou o país continuará a ter problemas com a política monetária em longo prazo.
“Nós temos que ter mais ambição sobre os próximos anos, utilizando melhor nossas vantagens, criando fontes de crescimento como o turismo e a substituição de importações. Dependendo da evolução da renda, há outros serviços que serão importantes e temos de focar muito em aumentar a produtividade focando no que os economistas chamam de bens de serviços. Quando você foca nisso, você melhorar a eficiência e produtividade da economia.”
O ministro afirmou que o foco não pode ser apenas no ajuste fiscal e que o país precisa evoluir do ponto de vista regulatório e legal. “Muita gente só pensa no ajuste fiscal. Ele é muito importante, mas não se deve pensar apenas nele. Do ponto de vista intelectual, ele quase que se concluiu. Agora tem de acontecer no Congresso. Obviamente, ele tem um aspecto mais profundo. A questão do gasto público, qual vai ser seu tamanho e como vamos lidar com ele. O Brasil tem de evoluir do ponto de vista regulatório e legal. Temos de simplificar a vida das empresas e das pessoas. Não há caminho fácil”, disse Levy.
Para o ministro, os mecanismos tradicionais de financiamento da produção estão esgotados e o desafio atual é a solidez fiscal que permita a gente ter um mercado de mais longo prazo e que vai permitir financiar a economia brasileira.
“O Brasil, há três anos, tinha taxa de juros baixa, aquilo acabou sendo um período breve, foi a 8%, a 7,25% e depois voltamos a subir a mais de 14%”, afirmou Levy. “O Brasil cresceu demais. Cinquenta anos depois ele é grande o suficiente para exigir novos mecanismos, uma estabilidade. Temos tudo para dar certo e voltar a crescer e temos de fazer acontecer isso.”
Partidários da presidente vêm defendendo a substituição de Levy por Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Na abertura do seminário, o ministro recebeu o apoio do presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira. “Só podemos crescer se corrigirmos erros cuja magnitude torna mais desafiador o reordenamento das contas públicas. Sabemos o quanto o ministro (Levy) tem se empenhado em meio a um cenário de adversidade.”
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