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Para Maggi, soja cresce somente em terras de pecuária

A área plantada com soja deverá crescer ao menos 200 mil hectares na próxima safra em Mato Grosso, o maior produtor da oleaginosa no Brasil, mas esse crescimento deverá se dar somente em terras antes utilizadas pela pecuária, disse nesta segunda-feira o senador Blairo Maggi (PR-MT).

Ou seja, a semeadura de novas áreas de soja na temporada 2011/12 não incluirá áreas de desmatamentos, afirmou Maggi ao comentar o plantio previsto para atingir um recorde de 6,6 milhões de hectares --a semeadura no Estado pode começar em meados de setembro, após a chegada das primeiras chuvas.

"O Mato Grosso tem ainda oportunidades de crescimento (agrícola)... (Mas) as áreas que vêm sendo ampliadas na agricultura em Mato Grosso estão saindo da pecuária", declarou ex-governador e empresário rural que no passado foi acusado de ser complacente com o desflorestamento em Mato Grosso.

Maggi, que chegou a ser o maior produtor de soja do Brasil, falou à Reuters após palestra no 10o Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.

"E também novas áreas, novos desmatamentos, novas aberturas, quase não estão acontecendo no Estado. O rigor ambiental é bastante grande e também há alguns anos há percepção do próprio produtor de que não tem que abrir para plantar", acrescento Maggi sobre o Estado que hoje só perde para o Pará em termos de desmatamento.

Segundo ele, na medida em que a infraestrutura rodoviária do Estado avança para as regiões mais distantes, que eram terras de pecuária, "essas vão se transformando em áreas agrícolas" --o crescimento no plantio de soja vem ocorrendo mais ao leste do Estado.

Ao mesmo tempo, a pecuária vem se tornando mais intensiva, por meio de confinamentos e semiconfinamentos, disse ele.

Por meio da utilização de áreas de pastagens para o plantio de soja, o Mato Grosso teria o potencial de "dobrar" a área plantada, destacou Maggi, citando dados do setor produtivo.

O governador enfatizou que o desmatamento caiu muito em relação ao realizado no início da década, em mais de 90 por cento.

Código ambiental

Sobre o Código Ambiental, que ainda precisa ser votado pelo Senado após ser aprovado na Câmara, Maggi disse que alguns ajustes precisam ser feitos, principalmente no artigo que trata da consolidação de Áreas de Proteção Pernamente.

"Algumas mudanças serão oferecidas e outras que vão ocorrer serão mais ajustes de redação, estamos preocupados no Senado em eliminar possíveis problemas de interpretação", disse.

Segundo ele, da forma como está escrito o texto sobre APPs, dá a impressão de que o produtor poderia mexer na área. "E isso é consenso que não pode", afirmou ele, apostando que o Senado não deverá realizar grandes mudanças no projeto que veio da Câmara, até para que os debates sobre o assunto não se prolonguem muito.

A expectativa é de que o projeto seja votado no segundo semestre.

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