São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o Brasil fechará o ano de 2007 com o sétimo Produto Interno Bruto (PIB) do ranking mundial, considerando a nova metodologia adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após a revisão, a expansão da economia brasileira em 2006 foi elevada de 2,9% para um crescimento de 3,7% – em valores, o PIB brasileiro atingiu R$ 2,3 trilhões. As novas contas nacionais passaram a levar em conta 56 atividades econômicas e 110 produtos, contra 43 atividades e 80 produtos calculados anteriormente.

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O ministro afirmou que, em três ou quatro anos, a relação entre dívida e PIB ficará entre 36% e 37% – atualmente, esta relação é de 45%. Mantega disse ainda, durante evento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em sua homenagem, que a apreciação cambial é "quase inevitável". Por conta disso, "se torna o maior desafio" da política econômica. Entre os motivos para esta apreciação estão o superávit comercial e de conta corrente e o fluxo comercial. "Evidentemente, isso traz prejuízo para alguns setores da economia. Portanto, é um desafio para o governo."

Ainda no mesmo tema, o ministro defendeu que o governo deve se concentrar em apoiar a indústria da transformação e alguns setores que sofrem com a competição externa, como os têxteis e bens de capital. Nesta semana, por exemplo, a tarifa de importação de têxteis e calçados subiu de 20% para 35%. "É inaceitável que o Brasil seja mero exportador de matéria-prima. É importante garantir o desenvolvimento de produtos brasileiros com valor agregado e o avanço tecnológico."

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Spread

O ministro disse ainda que o spread – diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes – e as tarifas bancárias são muito elevadas no país. Por isso, os dois pontos serão negociados pelo governo diretamente com as instituições. "Temos que atacar o spread."

Segundo Mantega, o tema está na "agenda do dia" do Ministério e do Banco Central, que vão estudar as razões para "taxas tão altas". "Pode ser a CPMF ou carga tributária. Ou será que os bancos querem lucratividade? Vamos analisar o que podemos fazer para a redução", disse.

Para Mantega, "é inconcebível um país com uma inflação de 3% a 4% ao ano ter taxas entre 35% e 36%. Não há lucro [de empresa] que resista. Isso inibe o crescimento sustentável do país."

Para ele, os setores que mais sofrem com as altas taxas são as pequenas e médias empresas, já que as grandes possuem outros meios de financiamento. "As pequenas e médias empresas pagam um spread alto. [Sem ele], poderiam estar crescendo mais."

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O ministro afirmou que as tarifas bancárias são livres: "Mas me preocupo quando vejo as tarifas aumentando. Quero saber se está dentro da lei de concorrência e se não está havendo abuso por parte dos bancos."