O desequilíbrio econômico produzido pela relação de alto consumo americano e elevada poupança chinesa chegou ao ápice, disse ontem o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles."O desequilíbrio chegou ao limite'', afirmou no fórum promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) que acontece em Comandatuba, na Bahia, até sábado.
Nos últimos dias, o governo brasileiro passou a criticar diretamente a desvalorização do iuan como um problema para o sistema econômico mundial, permitindo à China exportar e poupar com mais facilidade.
A acusação da desvalorização artificial da moeda chinesa é historicamente feita pelos EUA e, até recentemente, o Brasil não se posicionava diretamente a respeito desse tema. Se o país asiático "vai ou não desvalorizar sua moeda será uma questão importante no G20'', afirmou, para, logo depois, destacar o Brasil como "líder nas discussões da reforma do sistema financeiro internacional''.
Sobre a valorização do real diante do dólar, Meirelles disse que "muitos apostadores'' perderam dinheiro investindo num aumento da moeda brasileira em relação à americana. Segundo ele, o real não faz mais parte do grupo "vulnerável'' de moedas, e sim do conjunto de países exportadores de commodities.