O ministro de Economia e Competitividade da Espanha, Luis de Guindos, ressaltou a "surpresa positiva" da economia de seu país, que vem recuperando força após um duro momento durante a crise, mas reconheceu que a "estagnação" da zona do euro deixa a união monetária em "uma encruzilhada" econômica.
"Evidentemente, houve uma estagnação na zona do euro, a economia do euro entrou em ponto morto no segundo trimestre", declarou De Guindos em entrevista coletiva em Washington após sua participação na assembleia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O ministro destacou que, apesar da revisão em alta das previsões para a Espanha, de 1,3% em 2014 e 1,7% em 2015, que foi uma das "surpresas positivas" do encontro, o crescimento "praticamente nulo" da zona do euro situa a região em um momento difícil.
"A Espanha não é imune ao que ocorre em nosso entorno, e a zona do euro é nosso entorno. Apesar disso, fomos capazes de crescer a 0,6% no segundo trimestre", explicou à imprensa.
No entanto, ele afirmou que, "sem dúvida, seria muito melhor para a economia espanhola, que é uma economia aberta, que a zona do euro cresça", algo que considerou como um "elemento vital".
"Espero que a Europa não entre em uma terceira recessão", disse.
As últimas previsões do Fundo rebaixaram o crescimento na zona do euro a 0,8% neste ano e 1,3% no próximo, como consequência da redução forte do ritmo de economias como Itália (-0,2%) e França (0,4%), e o enfraquecimento da Alemanha (1,4%).
Diante desse contexto, De Guindos ressaltou: "daqui ao final do ano, temos que fazer uma reflexão sobre o que está ocorrendo na Europa com o crescimento e a estratégia econômica" na zona do euro.