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negociação salarial

Para não demitir, Volvo propõe aumento sem ganho real

A Volvo apresentou uma proposta de negociação salarial aos cerca de 4 mil trabalhadores da empresa em Curitiba, nesta quinta-feira (7), antecipando a data-base da categoria, que é em setembro. A montadora propõe não fazer demissões até o fim do ano se os trabalhadores aceitarem reduzir em 50% a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – de R$ 30 mil para R$ 15 mil – e reajustar os salários menores de R$ 7 mil apenas com a reposição da inflação. Para os salários maiores, a proposta é um aumento de valor fixo com base no INPC.

Em nota, a Volvo informa que as medidas visam uma adequação à crise no mercado e às incertezas na economia. “A empresa terá que encerrar o segundo turno da produção de caminhões, provocando um contingente excedente de 600 funcionários”, diz o documento. O segundo turno será encerrado a partir da próxima segunda-feira (11).

Segundo o presidente da Força Sindical no Paraná, Sérgio Butka, os trabalhadores da Volvo rejeitaram a proposta em assembleias realizadas na noite de quarta (6) e na manhã desta quinta (7). “Precisamos manter o foco na luta pela manutenção dos empregos, mas ao mesmo tempo também não podemos aceitar qualquer tentativa de redução de direitos conquistados com anos de luta”, disse, em notícia veiculada no site da entidade.

O vice-presidente de Recursos Humanos da Volvo, Carlos Morassutti, confirma que até agora não houve sinalização positiva dos representantes dos trabalhadores sobre a proposta. “Não estamos propondo nada de absurdo. Mesmo em um ano complicado, a empresa está disposta a colocar um PLR de R$ 15 mil. Se você olhar o mercado verá que não é ofensa fazer essa proposta” diz. Morassutti afirma que a empresa tem o intuito de “preservar as 600 pessoas a mais” com a negociação.

Cerca de 1,5 mil funcionários voltaram ao trabalho na última segunda-feira após duas semanas de dispensa entre os feriados de Tiradentes e 1.º de maio. Além disso, pelo menos 1,7 mil tiveram férias coletivas em março.

Em abril, a produção de caminhões caiu 44,3% sobre o mesmo mês do ano passado, acumulando queda de 45,2% no quadrimestre, segundo a Anfavea, associação que representa o setor.

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