O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o crescimento mundial em cinco anos será 2,5% maior se Estados Unidos e outros países ricos cortarem seus déficits mais que o planejado e se a China e outros emergentes estimularem o consumo interno. A avaliação do FMI foi feita a pedido do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) como parte dos esforços de "reequilíbrio" do grupo. Pelo plano, países com grandes déficits especialmente os Estados Unidos, devem importar menos e poupar mais, enquanto aqueles com superávits, especialmente China, Europa e Japão, devem fazer o oposto.
O objetivo é definir como tornar o crescimento mais sustentável, já que os consumidores norte-americanos não devem importar tanto quando faziam no passado. De acordo com a simulação do FMI, os países do G-20 estão divididos em grupos: países avançados com déficits comerciais, países europeus com superávits comerciais, países emergentes com superávits comerciais. Na próxima reunião do G-20, na Coreia do Sul, em novembro, o FMI deve apresentar uma análise mais detalhada sobre cada país.
Os Estados Unidos e outros países ricos com déficits comerciais devem cortar seus déficits em até três pontos porcentuais, mais que o plano atual para cinco anos, assim como o Japão e outros países com superávits comerciais. Os países da zona do euro também devem cortar seus déficits orçamentários, mas não em um ritmo tão rápido quando os Estados Unidos, que começa com o déficit orçamentário mais elevado.
Para que tal resultado seja alcançado, o FMI considera que os países farão alterações em suas políticas tributárias para impostos sobre o consumo, considerado um impacto menos negativo no crescimento na comparação com a taxação do capital e do trabalho. O FMI também considera que os mercados vão reagir positivamente às medidas, que manteriam as taxas de juros mais baixas do que se as ações não fossem tomadas.
Embora essas mudanças possam resultar numa queda de crescimento no curto prazo nos países ricos, diz o FMI, haveria um crescimento no longo prazo, com o aumento dos investimentos e do emprego. Para países grandes e em desenvolvimento como a China, o FMI considera que o governo fará investimentos adicionais em prioridades domésticas, incluindo o aumento dos gastos com saúde infraestrutura e ajuda aos pobres.
Isso ajudaria a estimular o crescimento doméstico e no exterior, como ocorreu com a apreciação da moeda da China e de outros países da Ásia. "O principal resultado é que ações políticas multilaterais fortalecem os resultados do G-20 e, com uma base política melhor, mais forte, teremos um crescimento mais equilibrado e sustentável", concluiu o FMI. As informações são da Dow Jones.