O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ontem que não espera que Portugal tenha de reestruturar sua dívida, embora os mercados financeiros ainda não estejam muito convencidos disso. O diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI, Carlo Cottarelli, também afirmou que o Fundo acredita que a Espanha vai cumprir sua meta para o déficit em 2012.
Na semana passada, o primeiro-ministro Mariano Rajoy disse que a Espanha poderia atingir a meta para o déficit orçamentário equivalente a 5,8% do PIB este ano, em vez dos 4,4% pretendidos por seu antecessor ano passado. Rajoy justificou a mudança na meta afirmando que o déficit orçamentário do país ano passado foi de 8,5% do PIB, bem acima da meta pretendida de 6%.
Na terça-feira, entretanto, o primeiro-ministro da Espanha, Luis de Guindos, disse em Madri que concordou com mais medidas de austeridade que podem trazer o déficit para 5,3% em 2012. O governo continua comprometido com a meta de 3% para o ano que vem.
Pouca confiança
Os bônus portugueses comercializados no mercado secundário continuam a pedir yields (rendimentos) mais altos, sinalizando baixo nível de confiança na possibilidade de o país sair da crise no próximo ano. Sob os termos do resgate no valor de 78 bilhões de euros, Portugal precisa voltar aos mercados em setembro do próximo ano para reembolsar o equivalente a 9 bilhões em dívida. Cottarelli disse que não espera que Grécia vai precisar de um terceiro pacote de resgate, mas "será muito importante acompanhar o que vai acontecer com o crescimento".
Socorro à Grécia
Os países da zona do euro finalmente assinaram ontem o segundo programa de resgate para a Grécia, segundo um comunicado do presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. "Todos os procedimentos nacionais e parlamentares exigidos foram finalizados", declarou Juncker.
A autoridade afirmou que os 17 países autorizaram o fundo de resgate temporário do bloco, a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), a liberar a primeira parte de ajuda ao país. Esse primeiro pagamento será "no montante total de 39,4 bilhões, que serão desembolsados em várias parcelas", diz o comunicado.
O anúncio formaliza uma decisão política de conceder à Grécia mais 130 bilhões tomada pelos ministros de Finanças da zona do euro na segunda-feira.
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