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Para o investidor, quanto menos risco, melhor

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O investidor brasileiro está fu­­gindo do risco dos mercados de renda variável e concentrando-se cada vez mais em opções me­­nos rentáveis e mais seguras. A tendência é confirmada pelos dados de setembro da caderneta de poupança e pela captação líquida dos fundos de investimentos. Houve aumento no pa­­trimônio dos fundos de renda fixa e redução nos de multimercados, o que reforça a ideia de aver­­são ao risco.

Na poupança, a diferença é grande. Os depósitos na caderneta superaram os saques em R$ 4,18 bilhões, segundo o Ban­­co Central. O valor é quase o do­­bro do verificado no mês anterior. Esse é o terceiro mês seguido em que essa aplicação registra saldo positivo. No ano, a pou­­pança captou R$ 9,5 bilhões.

Na área dos fundos de investimento, os números de­­monstram que a segurança tem falado mais alto. Mesmo os fundos cambiais, que têm tido de­­sempenho excepcional, graças à recente alta do dólar, também registraram retiradas mais fortes que as aplicações. Segundo a Associação Nacional das Entida­des dos Mer­­cados Financeiro e de Capitais (Anbima), esses fundos tiveram rentabilidade de 14,89% nos últimos 30 dias e, ainda assim, registraram uma captação líquida negativa em R$ 64,14 milhões.

Renda variável

Os fundos baseados em ações, por sua vez, tiveram captação líquida negativa (saques maiores que investimentos) de R$ 188,5 milhões. Decompondo esses números, é interessante notar que os fundos indexados ao índice Ibovespa tiveram captação positiva, ainda que modesta (R$ 12,9 milhões) nos últimos 30 dias, enquanto os chamados fundos "ativos" de Ibo­vespa (que procuram superar o índice) tiveram resgates maiores do que aplicações por uma diferença de R$ 53,99 milhões. Ain­­da no segmento de maior risco, o investidor fugiu mais uma vez dos chamados fundos multimercados, que misturam aplicações de renda fixa e variável: em se­­tembro, os resgates superaram as aplicações por uma diferença de R$ 7,49 bilhões.

Parte desse dinheiro pode ter se encaminhado para os fundos mais conservadores. Os chamados fundos DI (mais sensíveis à evolução da taxa básica de juros) receberam R$ 3,6 bilhões em recursos novos (já descontados os saques) nos últimos 30 dias. O desempenho dos fundos de renda fixa (lastreados em títulos prefixados) foi ainda melhor: a captação líquida foi positiva em R$ 5,39 bi­­lhões. Em termos de rentabilidade, essas duas famílias de fundos proporcionaram ga­­nhos muito parecidos (0,96% para o primeiro, 0,99% para o segundo) nos últimos 30 dias. No ano, os fundos de renda fixa ganham distância, com retornos de 9,48% contra 8,96% dos fundos DI.

No ano

Esses números são brutos, e não consideram o impacto de taxas de administração, por exemplo. As preferências dos investidores ficam ainda mais claras quando se considera a perspectiva anual. De 1.º de janeiro a 7 de outubro, os fundos DI captaram R$ 7,2 bilhões, contra R$ 60,79 bi­­lhões dos fundos renda fixa. Dos fundos multimercados, saíram R$ 40,55 bilhões, enquanto os fundos cambiais tiveram uma mo­­desta captação de R$ 10,2 mi­­lhões. Enquanto isso, os fundos baseados em ações encolheram R$ 1,14 bilhão.

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