A inadimplência de consumidores e de empresas no país deve continuar a subir nos próximos meses, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Serasa Experian, empresa especializada em análise de crédito. O levantamento aponta que a perspectiva de inadimplência dos consumidores cresceu 1,7% em abril ante março e chegou ao nível de 98,7. No mesmo período analisado, a perspectiva de inadimplência das empresas subiu 2,1%, para o nível de 97,4.
A sondagem da Serasa Experian procura antever o cenário econômico brasileiro dos próximos seis meses e, para isso, considera variantes como os níveis da atividade econômica e as concessões de crédito. O resultado dessa compilação é "traduzido" para uma escala em que valores abaixo de 100 indicam inadimplência dentro do padrão histórico, isto é, dentro do que é considerado normal pelos economistas. Já dados acima de 100 indicam que a inadimplência está acima da normalidade.
A perspectiva de não pagamento das dívidas por parte dos consumidores teve o sétimo avanço mensal consecutivo e está mais próximo do nível 100, reforçando a tendência de elevação. Segundo apuração de economistas da Serasa Experian, esse movimento é resultado de fatores como o maior grau de endividamento dos consumidores, a alta da inflação e o encarecimento do crédito. "As perspectivas de um crescimento mais brando da economia e do mercado de trabalho neste ano acabam gerando maiores dificuldades aos indivíduos para honrar seus compromissos", avalia a instituição, em nota.
Os economistas estimam que, apesar da perspectiva de alta da inadimplência, este movimento deverá ficar abaixo do nível 100 devido à rodada de renegociações salariais de importantes categorias no segundo semestre e do patamar baixo do desemprego.
No caso das empresas, a perspectiva de não pagamento das dívidas sofreu a sexta alta mensal consecutiva, que também aponta movimento de alta deste indicador. Na avaliação da Serasa Experian, isso ocorre em razão dos juros cada vez mais elevados e do aperto monetário em vigor. A entidade afirma que esses fatores "manterão pressões sobre o custo financeiro das empresas num ambiente de maior desaquecimento econômico, especialmente durante o segundo semestre deste ano. Tal combinação favorece a elevação, ainda que modesta, dos níveis de inadimplemento das empresas".
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