O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje que o mundo deverá crescer menos nos próximos anos e que a situação de ampla liquidez global deve permanecer como forma de tentar recuperar a atividade econômica das economias avançadas. Segundo ele, esses países têm pouco espaço fiscal para atuar e, por isso, o esforço de retomada deve ser focado nas políticas monetárias. "Teremos jornada de maior liquidez", disse Tombini, durante o Seminário Internacional sobre Justiça Fiscal, promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
O presidente da autoridade monetária lembrou que o BC vinha alertando para a complexidade do cenário internacional, que foi acometido por sucessivos problemas, desde a primavera árabe, terremoto e tsunami no Japão, até os problemas de dívidas soberanas na Europa. Segundo ele, o mercado, "anestesiado" pela situação de abundante liquidez internacional, vinha descontando os riscos do cenário externo.
De acordo com Tombini, a crise externa atual é consequência das respostas adotadas na crise de 2008. Segundo ele, as reações e retomadas dos países ocorreram em velocidades diferentes. O presidente do BC destacou que, diferentemente de outros países, o Brasil conseguiu, com a ajuda da política fiscal, recuperar sua economia da crise de 2008 e também conseguiu rapidamente restabelecer sua condição fiscal.
Câmbio
O presidente do Banco Central ressaltou que as medidas adotadas desde o início de sua gestão no início do ano para reduzir a capacidade do mercado de especular no segmento de câmbio geraram resultados e que a posição vendida no câmbio estaria próxima de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões atualmente. "Introduzimos medidas para reduzir a capacidade do mundo de especular contra o dólar no nosso mercado", disse Tombini.
No jargão do mercado financeiro, "estar vendido" sinaliza realização de negócios que exigem a entrega futura de dólar ou pagamento da variação cambial. Na prática, isso representa a aposta de que o real vai se valorizar.
O presidente do BC afirmou que a posição acumulada das apostas no fortalecimento do real chegou a somar cifra da ordem de até US$ 21 bilhões. "Se não tivéssemos feito nada, de que tamanho essa cifra estaria?", questionou Tombini. "Hoje, está em algo entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões. Ou seja, há muito menos dinheiro alavancado em posição no câmbio."
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