A presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) Luiza Helena Trajano, disse nesta quinta-feira (29) que o setor do varejo lutou muito para que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar) continuasse até o final de janeiro. Segundo ela, neste final de ano, o trabalhador recebe o 13º salário e a redução vai ajudar nas vendas.
Ela informou que 85% dos produtos já têm selo ambiental e que, os que não têm, serão rapidamente adaptados. "Isso é bom para a classe C, que vai pagar menos energia. Deveria ser uma coisa natural, não deveríamos comprar um bem que gasta muita energia para o bem do Brasil", disse.
Segundo ela, o varejo só irá comprar eletrodomésticos da indústria com o selo ambiental. Ela informou que consultou o setor do varejo e houve boa aceitação à medida. Trajano disse ainda que o impacto no emprego será maior no varejo que na indústria. Segundo ela, o setor assumiu o compromisso de contratar entre 10% e 15% do seu quadro em funcionários temporários nos meses de novembro e dezembro.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, disse que a indústria não esperava ter que assumir esse compromisso agora. "Temos um compromisso com a eficiência energética, mas não pensamos que seria agora e já", disse. Ele disse que o processo de produção deve ter um pouco de atropelo nos próximos dois meses, mas a tendência é que haja um ajuste. Segundo ele, se houver uma sinalização de que essa redução de IPI pode se tornar permanente, a indústria vai investir pesado. Em relação ao emprego, Kiçula disse que deve haver apenas a manutenção do quadro atual. Ele disse que, se o IPI tivesse voltado ao patamar anterior, haveria demissões.
Ao anunciar a medida, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez questão de ressaltar que o setor se comprometeu a repassar para os preços cobrados dos produtos a redução do imposto. Segundo ele, também assumiram o compromisso de continuar ampliando o emprego. "Há um compromisso dos fabricantes e revendedores para que haja continuação do emprego. Haverá contratação maior de mão de obra, tanto no setor de comercialização quanto no de produção', afirmou o ministro.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, destacou a importância desse tipo de desoneração por estimular os fabricantes a produzirem, cada vez mais, equipamentos com maior eficiência. Ele lembrou que a medida vai permitir o consumo menor de energia, diminuindo a necessidade de fontes energéticas mais "sujas", como termoelétricas.