O estado do Paraná registrou um recuo de 4,8% na produção industrial na passagem entre os meses de julho e agosto, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros índices de retração também ocorreram em 6 das 14 localidades pesquisadas pelo instituto regiões que juntas correspondem por cerca de 65% da produção do país.
No caso paranaense, a queda não significa uma tendência, pois é atribuída em grande parte a uma paralisação técnica na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. Todos os outros indicadores estruturais de longo prazo mostram que o Paraná está crescendo acima da média nacional, com expansão de 10,4% no acumulado do ano, frente a 6% da média nacional, e 8,8% nos últimos 12 meses enquanto o resto do país cresceu 6,5%, em média. Os bons números são atribuídos à forte presença das indústrias automotiva, de bens de capital e bens duráveis no estado, que contribuíram para colocar o Paraná em primeiro lugar no ranking entre os estados brasileiros no acumulado do ano.
Entre os setores que tiveram destaque na economia do estado estão a produção de caminhões, livros, máquinas e implementos agrícolas. O segmento de produtos químicos teve impacto negativo de 47% e refino e produção de petróleo e produção de álcool recuou 17,1% ambos ligados à parada na Repar.
Análise
Segundo a coordenadora da pesquisa industrial do IBGE, Isabella Nunes, os resultados negativos são pontuais e os sinais da crise financeira internacional vão demorar a aparecer nos números da pesquisa. "A economia real não vai ser afetada no curto prazo e os primeiros reflexos da crise tendem a surgir apenas em 2009, já que o período de fim de ano tende aquecer a indústria", avalia.
O economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, explica que as principais regiões econômicas do país foram afetadas por uma base de comparação elevada. "O menor dinamismo nestes locais é muito explicado pelo efeito calendário", afirmou.
As principais pressões de queda no indicador nacional (-1,3%, segundo resultados apresentados na semana passada) foram dadas por São Paulo (-1,8%), Minas Gerais (também -1,8%), Rio de Janeiro (-2,7%) e Paraná (-4,8%). Entre os locais com crescimento ante o mês anterior, destacaram-se estados do Nordeste, como Pernambuco (5,3%), Bahia (4,4%), Região Nordeste (3,1%) e Ceará (2,4%).
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