Uma comitiva do Paraguai desembarcou ontem em São Paulo com a missão de convencer os empresários brasileiros a investir em seu território. As autoridades paraguaias trouxeram na "manga" uma série de vantagens para atrair o setor privado, como isenções fiscais, baixo custo de mão de obra e energia barata.
Os paraguaios se reuniram com um grupo de executivos na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo a entidade, estavam presentes na reunião representantes da cimenteira Loma Negra, da trading de soja Bunge, do fundo de Cingapura Temasek, além de empresas de engenharia e logística. Os alvos do Paraguai são empresas intensivas em energia ou relacionadas ao agronegócio. "O Paraguai é um dos países com mais energia livre do mundo", disse o vice-ministro de relações econômicas Manuel Cáceres.
Não é de hoje que os paraguaios tentam atrair empresas, mas um dos problemas é o suprimento instável de energia, provocado pela falta de infraestrutura. O país é sócio de Itaipu, mas utiliza apenas 5% da energia da hidrelétrica. O restante é vendido para o Brasil, um conflito constante entre os dois países.
O esforço paraguaio de industrialização ganhou impulso com a construção de uma linha de transmissão de energia de 500 quilowatts, que vai unir Itaipu com Villa Hayes, cidade próxima de Assunção. A linha vai custar US$ 400 milhões e será financiada pelo Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). O Brasil é o principal fornecedor de verbas do Focem.
Segundo Gustavo Codas, diretor-geral paraguaio de Itaipu, as condições para a licitação da linha devem ser divulgadas nos próximos 20 dias. A obra deve ser concluída até 2013. Com essa perspectiva, o Paraguai montou uma estratégia de atração de investimentos.
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