Assunção - Os serviços de inspeções veterinárias do Paraguai começaram nesta quinta-feira o sacrifício de quase 1 mil de cabeças de bovinos para isolar o foco de febre aftosa detectado na semana passada no departamento de San Pedro, no centro do país.
Fontes do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) confirmaram aos jornalistas que pouco depois das 12h (13h de Brasília) teve início a operação para sacrificar 819 cabeças de gado no local onde o foco foi declarado, a fazenda Santa Helena, a 300 quilômetros ao norte de Assunção.
As cabeças de gado são abatidas a tiros, atividade conhecida como "rifle sanitário", e os animais depois são levados para uma grande fossa que ao final é selada com cal.
Com o apoio das Forças Armadas, as atividades podem se estender até sexta-feira, devido ao grande número de animais que precisam ser sacrificados.
O abate inclui 13 bovinos que deram positivo à aftosa, uma doença altamente contagiosa que afeta bovinos, ovinos, suínos e caprinos e outros ruminantes, embora não seja fatal para humanos.
O procedimento, que deveria ter começado na véspera, começou na presença de observadores de escritórios em Assunção da Organização Pan-americana da Saúde e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura.
O foco obrigou o Governo a suspender na segunda-feira as exportações de carne bovina, primeira fonte da receita da economia do país depois da soja, e a restringir o movimento de gado no departamento de San Pedro.
O plantel bovino do Paraguai, que em 2000 e 2001 foi afetado por outros surtos da doença registrados em outros países do Cone Sul, é de cerca de 13 milhões de cabeças.
O Senacsa explicou que a recuperação do status sanitário pode variar "do curto prazo" de dois a três meses até um ano devido aos processos que devem ser supervisados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Segundo estatísticas da Associação Rural do Paraguai (ARP, o sindicato que reúne os criadores de gado do país), a carne bovina gera em condições normais receita mensal de US$ 75 milhões e é a segunda maior fonte de renda do país.
De acordo com empresários do setor, o surto de aftosa pode causar prejuízos à indústria frigorífica e 5 mil trabalhadores correm o risco de perder seus empregos enquanto durar a restrição das exportações.
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