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Mercado de trabalho

Paralisação na Volvo começa com adesão total

Butka, do Sindicato dos Metalúrgicos,  discursa durante a assembleia dos funcionários da Volvo: impasse na negociação | Nilton de Oliveira/Imprensa SMC
Butka, do Sindicato dos Metalúrgicos, discursa durante a assembleia dos funcionários da Volvo: impasse na negociação (Foto: Nilton de Oliveira/Imprensa SMC)

Após impasse na negociação salarial, funcionários do complexo industrial da Volvo Caminhões, em Curitiba, decidiram, na manhã de ontem, entrar em greve por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), 100% dos operários da empresa aderiram à paralisação. Com isso, deixam de ser fabricados por dia 116 carros, entre ônibus e caminhões. Segundo a empresa, seis mil pessoas trabalham na indústria.

O vice-presidente do SMC, Nelson Silva de Souza, disse que apenas serviços essenciais – como segurança patrimonial e trabalhos administrativos – foram mantidos, mas que toda a linha de produção da empresa está parada. Os metalúrgicos não abrem mão de receber R$ 18 mil como Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O valor seria divido em duas parcelas. Em setembro, os trabalhadores negociariam com a empresa o abono salarial. "Nos últimos quatro anos, a empresa [Volvo] bate recorde em cima de recorde. Então, esperamos que a empresa se abra à negociação", disse Souza.

A Volvo, por sua vez, oferece como PLR o mesmo valor pago no ano passado: R$ 15 mil. Além disso, a empresa já propôs abono salarial de R$ 6 mil, além de 2,51% de aumento real. Em nota encaminhada à imprensa, a Volvo alega que o valor reivindicado pelos trabalhadores "está fora da realidade do mercado". "Mesmo a proposta mínima ofertada pela Volvo já seria excelente, equilibrada e economicamente coerente", ressalta o comunicado.

Uma nova assembleia foi marcada para hoje, às 7h30, mas, segundo o sindicato, não há uma nova proposta a ser analisada. O SMC informou que a proposta apresentada – e rejeitada – pela Volvo nessa terça-feira já havia sido submetida aos metalúrgicos na semana passada, sem receber apoio. "Mesmo assim, nós a apresentamos novamente em assembleia, mas ela foi rejeitada de novo", disse Souza. "Agora, com a paralisação, temos que aguardar a reabertura das negociações até que a empresa apresente uma proposta que possa atender aos trabalhadores", complementou o presidente do sindicato, Sérgio Butka.

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