A Eurozona permanece paralisada, com um Produto Interno Bruto (PIB) que registrará uma leve contração de 0,1% em 2012. A região representa a principal fonte de risco para a economia mundial, segundo as projeções semestrais da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE). No relatório anterior, a OCDE previa que os 17 países que usam o euro teriam este ano um crescimento conjunto de 0,2%.
A organização mantém, no entanto, a previsão de crescimento econômico mundial de 3,4% para este ano. "Depois de ter amainado um pouco no fim do ano passado, a crise da zona do euro se agravou recentemente e continua representando a principal fonte de risco para a economia mundial", afirma o economista- chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan. Em 2013, de acordo com as previsões da organização, o PIB da Eurozona crescerá 0,9% e a atividade também será maior em escala mundial, com um crescimento global de 4,2%.
Segundo a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, tem havido uma "grande melhoria" na maneira como os países da Eurozona administram a crise da dívida, mas é preciso fazer mais para respaldar o crescimento. Para a diretora, "as reformas estruturais são mais efetivas que os estímulos econômicos", disse ela nesta terça-feira, de Londres. As declarações de Lagarde acontecem na véspera de um conselho informal dos chefes de Estado e de Governo europeus em Bruxelas, no qual devem abordar, entre outras, a questão dos eurobônus, um tema que divide Paris e Berlim. Entre as opções teoricamente possíveis, figura a criação de "eurobônus" que poderiam conduzir a uma mutualização da dívida, um tema que divide os europeus de uma maneira geral, e a Berlim e Paris em particular.
A questão deve ser abordada pelo novo presidente francês, François Hollande, no conselho informal que os chefes de Estado e de governo dos 27 países celebrarão na quarta-feira à noite em Bruxelas. Sobre a possível saída da Grécia da Eurozona, Lagarde afirmou que "o desejo do FMI é que as forças políticas eleitas em 17 de junho apoeim a implementação adequada do programa" exigido ao país em troca do plano de resgate internacional. "Caso isso falhe, o trabalho do FMI será analisar todas as possíveis opções técnicas e alternativas", disse a ex-ministra de Economia francesa.
Ainda segundo a OCDE, a economia mundial tenta mais uma vez retomar o crescimento, com base em uma modesta reativação do comércio e uma confiança maior. Mas faz isso com ritmos diferentes, com um crescimento mais vigoroso nos Estados Unidos e Japão que na Eurozona, enquanto os grandes países emergentes registram uma recuperação cíclica moderada, afirma o relatório. Nos Estados Unidos, o PIB crescerá 2,4% em 2012 (a previsão anterior era de 2%) e em 2013 o resultado será de 2,6%. "O crescimento americano deve ser reforçado à medida que aumenta a confiança nas empresas e entre os consumidores", destacou a OCDE.