Curitiba O Paraná deve encerrar o ano com a abertura de 90 mil postos de trabalho. Apesar do número positivo, a variação do nível de emprego será 26,6% menor do que a registrada em 2004, quando 122.648 novas vagas foram abertas no estado. Segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Sandro Silva, a desaceleração do nível de emprego vem sendo observada desde janeiro. A queda já era esperada, destaca o Dieese, porque 2004 foi um ano muito bom para a economia do Brasil e do Paraná, impulsionado principalmente pelas exportações.
No ano passado houve crescimento de 7,74% no número de vagas, em relação a 2003. "Este ano o mercado externo não apresenta um cenário tão favorável como o observado em 2004, o câmbio está defasado para alguns setores e a cotação das principais commodities caiu no exterior", diz Silva. "Em contrapartida, pode-se sentir a retomada do mercado interno." O economista do Dieese prevê que a redução das taxas de juros, adotada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião deste mês, deve amenizar a desaceleração do nível de emprego até dezembro.
Em agosto, o nível de emprego no Paraná cresceu 0,57% (acima da variação da média brasileira que foi de 0,52%), com a abertura de 10.319 vagas, das quais, 7.740 no interior do estado. Da série histórica desde 1992, o resultado de agosto deste ano foi o segundo melhor, ficando atrás apenas de agosto de 2004, quando 18.952 empregos foram criados. O número estimado de trabalhadores com carteira assinada no Paraná é de 1,8 milhão, segundo levantamento divulgado pelo Dieese com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
Entre janeiro e agosto foram criados 89.528 empregos no Paraná, um crescimento de 5,23% sobre o fechamento de dezembro de 2004. Segundo Silva, este desempenho foi influenciado principalmente pelo bom desempenho no interior do estado, que apresentou no período aumento de 5,99% no nível de emprego, com a abertura de 62.738 empregos.
Nos oito primeiros meses do ano, o crescimento do emprego se concentrou em alguns setores, como, hotéis e restaurantes (7.780), serviços (7.677), transporte e comunicação (7.385) e ensino (3.708). Na indústria de transformação os destaques ficaram com alimentos, bebidas e álcool (17.383), têxtil e vestuário (3.553) e material de transporte (1.662). O maior número de vagas criadas entre janeiro e agosto foi no comércio.