O Paraná Banco S.A., braço financeiro do Grupo J. Malucelli com sede em Curitiba, prepara abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O prospecto preliminar de distribuição pública de ações foi submetido anteontem à avaliação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa vai fazer uma oferta primária de papéis preferenciais (que não dão direito a voto) que poderá ser acrescida de um lote suplementar em número equivalente a até 15% do total inicial e ainda uma quantidade adicional de até 20% do total inicial. Não há datas definidas para a reserva de ações nem o valor esperado para a operação e a quantidade de ações oferecidas.

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O objetivo da empresa é ingressar no Nível 1 de práticas de governança corporativa, mas logo depois passar ao Nível 2, após a conclusão da oferta, com exceção do direito de voto às ações preferenciais. Os recursos recebidos com a oferta serão usados para expandir a carteira de crédito consignado, seu principal negócio. Nos três últimos anos, estas operações cresceram a uma taxa média anual de 59,4%. A empresa aposta em contínuo crescimento deste mercado, que aumentou 67,6% no Brasil no período, enquanto o crédito ao consumidor expandiu-se em 30,2%.

O Paraná Banco tem 132 milhões de ações ordinárias (com direito a voto). O maior acionista é a J. Malucelli Holding, grupo fundado em 1966 pelo empresário Joel Malucelli, que detém 67,7% do total.

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O banco registrou um lucro de R$ 42,5 milhões em 2006, resultado 46,6% menor do que em 2005, quando R$ 79,5 milhões entraram nos cofres da empresa. O resultado do ano retrasado, no entanto, foi afetado pela venda de 85% das ações da J. Malucelli Seguradora ao fundo de investimento Advent International, por R$ 45,3 milhões. Desta forma, sem o negócio, o lucro teria crescido 19,8%.

Na terça-feira, o banco fez um acordo com o fundo para recomprar as ações por valor referenciado no preço por ação do banco, a ser estabelecido pelo procedimento de bookbuilding (coleta de intenções de investimento no mercado) com a abertura de capital. A operação, porém, é condicionada à aprovação pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do governo que regula o mercado de seguros. O Paraná Banco espera que a negociação seja aprovada sem dificuldades.

O banco iniciou as atividades em 1981 e passou a atuar com empréstimo descontado em folha em 1995, quando um decreto permitiu a operação com funcionários do governo estadual. Hoje, há 519 convênios com 20 estados, 235 prefeituras, entre elas de grandes capitais, e outros órgãos públicos, que totalizam mais de 410 mil contratos. A empresa tem uma rede de 487 correspondentes bancários espalhados pelo país.

Paraná na Bolsa

A possível abertura de capital do Paraná Banco se soma a outras recentes iniciativas de empresas paranaenses. No dia 19 do mês passado, a Bematech, fabricante de equipamentos para o comércio de pequeno e médio porte, protocolou prospecto preliminar de oferta de ações na CVM. Em 11 de dezembro do ano passado, a Positivo Informática, maior fabricante de computadores pessoais do Brasil, levantou R$ 567,4 milhões com a oferta inicial de papéis. Em fevereiro, foi a vez da GVT estrear no mercado, movimentando R$ 360 milhões.

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