Os bons preços das commodities agrícolas, a boa safra, o boom da construção civil e as vendas do setor automotivo puxaram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná em 2011. O estado cresceu 5,7%, bem acima dos 2,7% da economia brasileira, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número superou as previsões do Ipardes, que projetava um crescimento de 4% para o estado em 2011.
INFOGRÁFICO: Paraná cresceu mais do que a economia brasileira em 2011
O Paraná permaneceu, em 2011, na quinta posição entre os estados com maior participação na economia brasileira. No entanto, perdeu posições no ranking de PIB per capita entre 2002 e 2011, segundo o IBGE. Passou da sexta colocação para a oitava, atrás do Mato Grosso e Rio Grande do Sul. "É difícil saber o porquê dessa queda, mas ela pode estar relacionada muito mais ao crescimento do Mato Grosso, que tem uma forte produção agropecuária, ou uma eventual mudança em índices populacionais", afirma o economista Francisco José Gouveia de Castro, do núcleo de pesquisas do Ipardes.
A "dança das cadeiras" ocorre em meio ao crescimento dos chamados estados médios, que vem ajudando a reduzir a concentração do PIB entre as principais economias estaduais.
Em 2011, a indústria de transformação cresceu 5,7%, a agropecuária (4,7%) e a construção civil (13,1%) no Paraná. "A agricultura tem efeito multiplicador. Com a boa safra de soja e os bons preços, outros setores, como máquinas e equipamentos também foram bem", diz.
O bom resultado em 2011, no entanto, não se repetiu em 2012, segundo o Ipardes, que projeta que a economia paranaense cresceu 0,9%, o mesmo que a brasileira, no ano passado. A quebra da produção agrícola teria sido a principal razão do fraco resultado. No entanto, a recuperação da agricultura nesse ano com a safra recorde de grãos deve influenciar positivamente a economia em 2013. A projeção do Ipardes é que a economia do estado encerre o ano com avanço de 4,4% contra 2,5% do Brasil.