A Cargill anunciou nesta semana que até 2013 vai inaugurar uma nova fábrica de processamento de milho no Brasil, no valor de R$ 350 milhões. Embora a multinacional não tenha confirmado o estado em que a unidade será instalada, representantes do setor produtivo acreditam que o empreendimento possa vir para o Paraná, que é o principal produtor de milho do Brasil. A empresa já possui uma unidade de esmagamento de soja e produção de farelo para nutrição animal e óleo de soja bruto em Ponta Grossa (Campos Gerais), além de um terminal portuário em Paranaguá. Segundo a assessoria de imprensa da Cargill, o local de instalação será anunciado até o fim de março. Três estados estão sendo estudados e, segundo a empresa, os critérios de escolha são a proximidade da matéria-prima e do mercado consumidor. Com a nova planta, a Cargill vai aumentar em 30% sua capacidade de moagem de milho na América do Sul.
A nova unidade vai processar milho para a indústria de produtos lácteos, balas, confeitos, bebidas e pães, além de insumos para a indústria de papel e nutrição animal. Conforme a assessoria de imprensa, a fábrica também poderá contar com uma linha dedicada a novos ingredientes derivados do milho.
O Paraná é o líder nacional na produção de milho, com safra anual girando em torno de 12 milhões de toneladas. Na opinião do assessor da diretoria da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Carlos Augusto Albuquerque, o estado tem grandes chances. "É a melhor oportunidade para a Cargill. Temos a maior produção e a maior produtividade, ainda mais com novas variedades e o milho transgênico", acredita. Mato Grosso ocupa a segunda posição nacional, com produção anual de cerca de 9 milhões de toneladas do grão. "Mas o Mato Grosso tem uma logística prejudicada", avalia Albuquerque.
De acordo com o analista Paulo Molinari, da consultoria Safras e Mercado, existe a possibilidade de a unidade ser instalada no Paraná em razão da infraestrutura oferecida. "Eu acho que há essa possibilidade pela nossa oferta de milho e pela proximidade de portos e de mercados", diz. Porém, opina Molinari, outras questões, como os incentivos fiscais, serão levadas em conta. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul informou que o governo não tem posição oficial quanto à instalação da unidade.