Frísia, da Batavo: um dos laticínios dos Campos Gerais| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

Tradição

Campos Gerais é região ideal para o setor, diz Seab

Segundo o técnico da área de pecuária e leite da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) Fábio Mezzadri, o Paraná e, principalmente, a região de Castro, nos Campos Gerais, têm todas as características para receber uma empresa do porte da Tirol. "Sem dúvida isso agrega valor ao produto estadual que é já é de excelente qualidade".

O engenheiro agrônomo do Deral José Roberto Tosato garante que já existe um trabalho das empresas e cooperativas da região para estimular a entrada de novos produtores no mercado, mas a chegada de mais um laticínio fortalece a necessidade de capacitação. "A região tem potencial para expandir, mas precisa de linhas de créditos mais acessíveis e com prazos mais longos para atrair novos produtores".

Dois grandes laticínios – Frísia, Filial Batavo Cooperativa Agroindustrial, e a UBL Castrolanda – atuam na região. Com prestação de serviços para terceiros e comercialização de marcas próprias, as duas plantas recebem um total de 1,4 mil litros de leite in natura por dia. Produtos concentrados e pré-beneficiados são comercializados para empresas nacionais e multinacionais.

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É de olho nos incentivos fiscais que a Tirol Laticínios Ltda, marca catarinense, do município de Treze Tílias, anuncia seus planos de construir uma nova fábrica de processamento de produtos UHT, como leite e derivados. Terceiro no ranking nacional de produção de leite, com uma produção de 3,81 bilhões de litros por ano, o Paraná disputa com o Rio Grande do Sul a localização do investimento de cerca de R$ 50 milhões. Hoje, o estado conta com 301 estabelecimentos de laticínios, entre micro e grande portes.

Segundo a gerente de marketing da empresa, Schirlei Osmarini, a fábrica, que deve duplicar a produção diária da Tirol, deve gerar cerca de 500 empregos diretos e mais de cinco mil indiretos. "A empresa divulgou [os planos] para ter essa abertura de negociação. Trata-se de um grande investimento e a Tirol quer construir sua unidade em um local onde tenha apoio e estrutura", frisou.

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A marca, que já é líder em leite longa vida, quer aumentar sua fatia de mercado em outras categorias da linha UHT e se fortalecer ainda mais no mercado nacional.

A região dos Campos Gerais, com cidades como Castro, Carambeí e Ponta Grossa, está entre as mais cotadas para sediar o empreendimento dentro do estado (leia mais nesta página). Somente a cidade de Castro é a responsável pela maior produção leite do país, com mais de 200 milhões de litros de leite por ano.

Segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) José Roberto Tosato, além da alta produtividade, a qualidade do leite da região também é um diferencial.

De acordo com a gerente de marketing da Tirol, além dos incentivos fiscais, a escolha do local leva em conta a questão de logística, tanto de captação do produto in natura quanto de distribuição do produto final. "Ainda não temos nada definido. Acreditamos ter essa definição do local nos próximos 60 dias", frisou.

"Tratativas"

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Segundo o secretário estadual de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, o governo estadual mantém contaot com os executivos da Tirol. Ele disse que hoje vai receber uma equipe da empresa para discutir a liberação de incentivos por meio do programa Paraná Competitivo.

Além da Tirol, a Seab também está em negociação com o Grupo Senoble, empresa francesa produtora de queijos finos, sobremesas geladas e iogurtes. Os investidores vieram em fevereiro ao Paraná, em busca de mais informações sobre a produção de leite e as potencialidades do estado no ramo.