Curitiba O governo paranaense decidiu instalar barreiras sanitárias na divisa com Mato Grosso do Sul, numa tentativa de bloquear a entrada do vírus da febre aftosa no estado. A medida foi anunciada ontem, após a confirmação de um foco da doença no gado bovino em uma fazenda no município sul-matogrossense de Eldorado, a apenas 30 quilômetros de Guaíra (Noroeste paranaense).
Segundo Valmir Kovaleski, delegado federal do Ministério da Agricultura no Paraná, todos os 582 animais da fazenda dos quais 153 apresentaram sintomas já foram sacrificados. Além disso, o governo de Mato Grosso do Sul baixou uma portaria proibindo o trânsito de animais ou produtos de origem animal num raio de 25 quilômetros da propriedade, que engloba cinco municípios (Eldorado, Itaquirami, Iguatemi, Mundo Novo e Japorã). O estado possui o maior rebanho do país, com 25 milhões de cabeças 13,8% do total brasileiro, que soma 180 milhões de cabeças.
Além das barreiras, o Paraná confia num limitador geográfico para impedir que a aftosa contamine seu rebanho de 10,1 milhões de cabeças (5,5% do total brasileiro). Toda a faixa de divisa entre Paraná e Mato Grosso do Sul é ocupada pelo Rio Paraná. A ligação é feita por duas pontes (em Guaíra e Icaraíma) e dois portos de balsas. "Confiamos nessa barreira natural que é o rio", disse Kovaleski.
O secretário da Agricultura em exercício, Newton Pohl Ribas, aposta também na barreira imunológica instalada no Paraná. Segundo ele, o estado, que detém o status de área livre da febre aftosa com vacinação, tem 100% de seu rebanho bovino imunizado. Na etapa mais recente de vacinação, realizada em maio, os criadores vacinaram 98,8% do rebanho espontaneamente o restante foi alvo de vacinação compulsória, por fiscais da secretaria, já que a medida é obrigatória. Essa cobertura, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), inclui as ilhas do Rio Paraná na divisa com Mato Grosso do Sul.
O último caso de febre aftosa no Paraná foi registrado em maio de 1995. Nesse período, no entanto, ocorreram focos da doença em outros estados brasileiros como Pará, Rio Grande do Sul e o próprio Mato Grosso do Sul e em países vizinhos, como Uruguai e Argentina.
Com a decisão tomada ontem, o Paraná proibiu o ingresso de qualquer animal vivo, produtos e subprodutos das espécies sujeitas à aftosa (bovinos, suínos, ovinos, caprinos e bubalinos). A exceção são os eqüinos e as aves. O vírus da doença é altamente resistente. "Ele pode ficar na medula óssea congelada por até oito anos", explica Felisberto Baptista, chefe do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária da Seab. Isso explica a precaução contra a entrada de carne com osso, por exemplo.
Os governos de São Paulo e do Paraguai anunciaram ontem medidas semelhantes à adotada pelo Paraná com relação aos animais provenientes de Mato Grosso do Sul. Santa Catarina, por sua vez, fechou suas divisas para animais e produtos de origem animal originários do Paraná. O estado catarinense é o único declarado livre de febre aftosa sem vacinação.
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