De olho em novos negócios, empresas paranaenses instaladas em Santa Catarina planejam expandir seus investimentos por lá, enquanto outras começam a chegar. Presente no mercado imobiliário de Itajaí (SC) desde 2008, o Grupo Hestia comprou por R$ 46 milhões a empresa Green Village S.A. e assumiu os empreendimentos da companhia em Balneário Camboriú. Com a aquisição, o grupo do Paraná passa a atuar no segmento de condomínios horizontais de luxo, com a construção de casas avaliadas entre R$ 3,8 milhões e R$ 8 milhões, na praia do Estaleirinho.
"Também estamos com investimentos em fase de análise ambiental em Governador Celso Ramos e Palmas do Arvoredo, na região de Florianópolis", detalha Gustavo Selig, presidente do Grupo Hestia. Até o final de 2014, com a consolidação dos investimentos, Santa Catarina deve responder por 50% do faturamento da Hestia. "Desde o início da operação, há dois meses, o Valor Geral de Vendas (VGV) triplicou", diz Selig.
Porta de entrada
A uma hora e meia de Curitiba, Joinville é a porta de entrada para quem decide investir em Santa Catarina. A cidade de 547 mil habitantes também foi a primeira a receber unidades da Pizzaria Baggio e da rede de materiais de construção Balaroti.
"Além de ser a maior cidade de Santa Catarina, Joinville está muito mais próxima de Curitiba do que as principais cidades do interior do Paraná. Isso acabou nos levando para lá em 2003", conta José Antônio Baggio Pereira, proprietário da Baggio. A chegada em Blumenau e Balneário Camboriú ocorreu por meio do sistema de franquia. Neste ano, a Baggio negocia a possibilidade de entrar em Florianópolis e Jaraguá do Sul.
Oito anos depois de abrir sua primeira loja no estado vizinho, o Balaroti vai inaugurar em Blumenau a sexta unidade catarinense.
"Santa Catarina tem um mercado consumidor muito interessante, que desfrutou de um desenvolvimento imobiliário muito grande nos últimos anos. Pela proximidade, que facilitou as questões logísticas, o mercado catarinense foi um caminho natural para a expansão de nossa empresa", avalia Eduardo Balarotti, diretor comercial e de marketing da empresa.
Em 2013, as cinco unidades catarinenses do Balaroti responderam por 25% do faturamento da empresa, que cresceu 10% no ano contra 4,4% na média do setor, de acordo com dados da Associação Nacional dos Varejistas de Materiais de Construção (Anamaco).
Casas
Paranaenses "endinheirados" aplicam no mercado imobiliário O investimento paranaense em Santa Catarina não se restringe a pessoas jurídicas. Moradores do Paraná, principalmente de Curitiba e região, também estão aplicando seu dinheiro em cidades catarinenses. O setor imobiliário com apartamentos e casas de luxo que ultrapassam facilmente a barreira dos milhões é o principal destino desses recursos. Junto com esse dinheiro, muitos profissionais que atuam no Paraná estão descendo a Serra. Com escritório em Curitiba, o arquiteto Ivan Wodzinsky tem sido chamado para fazer projetos em cidades como Florianópolis, Itajaí, Brusque e Balneário Camboriú, cidade onde atualmente toca um projeto para um cliente de Curitiba. Segundo Wodzinsky, a procura começou a aumentar há cerca de dois anos. "São pessoas daqui que já conhecem o meu trabalho e me contratam para projetos grandes, em imóveis de 600 a 800 metros quadrados que acabaram de comprar em Santa Catarina", detalha o arquiteto, que ainda prefere trabalhar com fornecedores e mão de obra aqui de Curitiba. "O mercado de lá ainda está amadurecendo", diz.