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Paraná lidera geração de empregos

Fábrica da Souza Cruz, no Rio Grande do Sul: indústria de fumo foi uma das líderes da alta | Divulgação
Fábrica da Souza Cruz, no Rio Grande do Sul: indústria de fumo foi uma das líderes da alta (Foto: Divulgação)

O Paraná liderou a geração de empregos na indústria nacional no primeiro trimestre deste ano. A alta foi de 1,8%, na comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou bem acima da média nacional, que registrou queda de -1%.

Os setores que mais impactaram positivamente no período foram alimentos e bebidas (7,0%), produtos têxteis (14,3%), produtos químicos (5,1%), outros produtos da indústria de transformação (2,5%) e máquinas e equipamentos (2,1%).

No país, o emprego industrial apresentou queda de 1% no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2012. Trata-se de uma ligeira redução no ritmo de queda frente ao registrado no último trimestre do ano passado (-1,2%), ainda na comparação com igual período do ano anterior.O resultado ocorre diante de uma queda de 0,5% na produção industrial durante os três primeiros meses do ano.

Já na passagem de fevereiro para março teve alta de 0,2% na série livre de influências sazonais. O resultado foi o primeiro positivo do ano: em janeiro caiu 0,1% e em fevereiro ficou estável. Na comparação entre março e o mesmo mês de 2012, houve retração de 0,6%, o 18º resultado negativo nesse tipo de confronto, mas o menos intenso desde janeiro do ano passado (-0,4%).

Carga menor

A queda do número de horas extras pagas pela indústria, de 0,4% de fevereiro para março, e de 1,5% ante março de 2012, revela ainda que os empresários do setor reduziram a carga de trabalho e não têm previsão de contratar no curto prazo. Mas, à medida que a produção ganhar fôlego, a tendência é que o emprego acompanhe a trajetória de expansão.

Não é tão bom

Ajustes explicam resultado do emprego industrial, diz Delfim Netto

O economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto não se mostrou animado com os números dobre emprego industrial, mas disse que a pequena reação foi "produto de ajustes". "Boa notícia seguramente não é, mas mostra uma movimentação do mercado. É produto de ajustes", disse Delfim. No início do ano, houve um descolamento entre a produção industrial e as condições do mercado de trabalho do setor industrial. Enquanto a produção cresceu 0,8% em comparação ao quarto trimestre, o número de empregados caiu. Delfim participou de reunião entre os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e o da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, além de empresários, no escritório da Confederação Nacional da Indústria, em São Paulo.

Resultado foi pior em setores que concorrem com importados

Os setores da indústria que tiveram as maiores quedas no emprego durante o primeiro trimestre do ano são fortemente afetados pela concorrência de produtos importados. Esses segmentos puxaram a queda de 1% no emprego industrial registrada nos primeiros três meses deste ano ante o mesmo período de 2012.

A maior retração na indústria nacional no período ocorreu nas fábricas de vestuário, com queda de 6,4% ante os três primeiros meses do ano passado. Além da influência direta da concorrência com peças importadas, os fabricantes sofrem também com os custos altos de produção. Diante desse cenário, estilistas brasileiros pedem menores taxas de importação de tecidos.

"São setores que já vêm sofrendo há algum tempo com a concorrência dos importados, principalmente os vindos da China", afirma o economista do IBGE Fernando Abritta.

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