Folha de pagamento
O pagamento da Participação de Lucros e Resultado (PLR) do setor extrativo em maio puxou para cima o resultado da folha de pagamentos da indústria brasileira. Em contraste com os fracos desempenhos da ocupação e do número de horas pagas aos trabalhadores, o valor da folha de pagamento real da indústria avançou 1,9% em relação a abril. Segundo o IBGE, o movimento foi "pontual" e não reverte a tendência de desaceleração desse indicador. Somente a folha de pagamento do setor extrativo subiu 34,3% em maio em relação ao mês anterior. A indústria de transformação subiu 0,6%.
O Paraná foi o estado com a maior retração no número de pessoas empregadas pela indústria no país em maio. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível do emprego industrial no estado teve uma retração de 4% no mês, na comparação com maio do ano passado. Trata-se da maior queda para o estado desde novembro de 2009, quando a queda foi de -5,51%.
A média nacional sofreu a queda de 2,6% na mesma base de comparação, o que configura o 32.º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde novembro de 2009, quando caiu 3,7%.
Nos primeiros cinco meses do ano, a indústria paranaense manteve um nível de emprego 3,2% menor do que no mesmo período de 2013. Foi o terceiro pior resultado do país neste ano, atrás apenas de São Paulo (-3,3%) e Rio Grande do Sul (-4%). Na média, o emprego na indústria brasileira teve uma queda de 2,2% neste ano, até maio.
Dos 17 setores industriais pesquisados pelo IBGE no Paraná, apenas seis contrataram mais funcionários neste ano: alimentos e bebidas, fumo, têxtil, papel e gráfica, produtos químicos, e máquinas e equipamentos. O setor que mais demitiu nos primeiros cinco meses foi o de máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos, com retração de 34%. Ele foi seguido pelo de vestuário (-8%).
A retração no emprego acompanha a queda sentida pela indústria no primeiro semestre. Até maio, a produção brasileira caiu 1,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números ruins têm sido influenciados, entre outros fatores, por uma menor confiança do consumidor, menor concessão de crédito, retração no investimento e pela dificuldade em exportar para a Argentina.
Horas de trabalho
O número de horas pagas aos trabalhadores também recuou em maio, tanto na comparação com abril quanto em relação a maio do ano anterior, o que significa que a indústria está reduzindo a jornada de trabalho de quem permanece empregado.
O movimento pode se reverter em novos cortes de pessoal nos próximos meses, caso a situação da produção não melhore. "O cenário não está bom para a indústria este ano", resumiu o economista Fernando Abritta, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE.
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