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Paraná lidera operações de fusão no Sul

O Paraná foi o estado do Sul que concentrou o maior número de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) em 2014, segundo levantamento da KPMG, multinacional de auditoria e consultoria. Com 38 operações, o estado foi responsável por 39,5% do total de negociações na região, que ficou atrás apenas do Sudeste no balanço nacional. A compra da GVT pela Telefônica, avaliada em US$ 9,7 bilhões, foi a maior transação do último ano.

Na comparação com 2013, o estado fechou o ano com o mesmo número, enquanto o Rio Grande do Sul, por exemplo, teve queda de 18%. Com dez operações, o segmento de alimentos, bebidas e tabaco liderou o ranking no Paraná, registrando crescimento de 66%. Segundo Wladimir Omiechuk, sócio da KPMG e líder da Região Sul, isso se explica pela força do agronegócio no estado. “A tendência é esse crescimento continuar, principalmente no interior do estado, muito rico neste segmento”, diz.

De acordo com Marcelo Coppla, sócio da unidade paranaense da Cypress, assessoria de finanças corporativas, os números mostram que as empresas buscam nas operações de M&A uma solução sofisticada para os problemas financeiros, atraindo novos sócios e aportes para garantir o crescimento.

Em 2014, a empresa realizou no Paraná sete operações avaliadas em mais de R$ 50 milhões e já tem nove mandatos de fusões para 2015 no estado.

Tecnologia

No Brasil, a KPMG registrou crescimento do número de operações, com um total de 818. Segundo Omiechuk, a crise é uma oportunidade para aquisições seletivas e estratégicas. “É hora de o investidor profissional e bem consolidado capturar as grandes oportunidades com valores depreciados tendo em vista o longo prazo, movimento que deve se intensificar em 2015”, diz.

Os segmentos de tecnologia da informação (TI) e empresas de internet lideraram o ranking nacional, com 123 e 91 operações, respectivamente. “A tecnologia sofre menos com as oscilações, e, além de ter empresas mais novas, costumam reunir vários sócios desde a sua fundação, sendo abertas a novos negócios, diferentemente de empresas tradicionais ou familiares, mais resistentes a fusões”, diz Fábio Niccheri, sócio da PwC Brasil.

Capital estrangeiro

A entrada de capital estrangeiro também aparece como tendência no mercado de M&A. Mais da metade das transações do último ano incluíram operações internacionais e muitas delas estão no ranking de operações de maior valor. Com a valorização do dólar e a depreciação do real, os investidores estrangeiros veem uma dupla oportunidade e buscam negócios estratégicos para expansão geográfica e consolidação a longo prazo.

“O Brasil está no radar internacional, mas é preciso passar por esse momento de instabilidade política para se avançar na regulamentação e atrair os investidores”, avalia Wladimir Omiechuk. Segundo ele, a instabilidade política também tem reflexo direto sobre os setores de óleo e gás, já que, com o escândalo da Petrobras, as empresas ligadas à petrolífera vêm buscando se desfazer de ativos para equilibrar sua operação e driblar as restrições de crédito.

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