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Paraná lidera ranking das 500 maiores da Região Sul

Usina da Copel em Antonina: estatal subiu do 6º para o 4º lugar do ranking | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Usina da Copel em Antonina: estatal subiu do 6º para o 4º lugar do ranking (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Porto Alegre - Pela primeira vez em 21 edições, o Paraná foi o campeão em todos os indicadores da pesquisa Grandes & Líderes, sobre as 500 maiores empresas da Região Sul, feita pela publicação gaúcha Revista Amanhã e a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). De acordo com o levantamento, divulgado ontem, as empresas paranaenses lideraram os índices de patrimônio líquido, faturamento e lucro e tiveram também as menores somas de prejuízo e endividamento. Com isso, atingiram o maior Valor Ponderado de Grandeza (VPG), índice composto por patrimônio líquido (50%), receita bruta (40%) e lucro líquido (10%) das empresas. As companhias do estado responderam por R$ 101,5 bilhões dos VPG de R$ 262,3 bilhões de toda a região.

Outra boa notícia da pesquisa é que a Região Sul deu um salto de desenvolvimento em 2010, com o crescimento de 14% no indicador do VPG e de 30% no patrimônio líquido em relação a 2008. "Esse crescimento é o resultado mais positivo da pesquisa", aponta o sócio da PwC e coordenador da pesquisa, Carlos Biedermann. As empresas da região também estão menos endividadas: as dívidas, que há três anos comprometiam 55,7% de seu ativo total, em 2010 equivaliam a 51,6%.

Ainda que apresente os melhores resultados, porém, o Paraná tem um menor número de empresas ranqueadas do que o Rio Grande do Sul – são 179 paranaenses, das quais 90 de Curitiba, contra 201 gaúchas. Uma das explicações é que o estado gaúcho teria uma economia uma pouco mais diversificada e também uma cultura de gestão mais transparente. A pesquisa Grandes & Líderes é baseada em balanços oficiais fornecidos pelas empresas (foram considerados mais de 1,2 mil). Entre as cem maiores do Paraná, por exemplo, nomes importantes como o Grupo Boticário e a Kraft Foods deixaram o ranking por não fornecerem seus balanços.

Compras e fusões

No movimento atual de fusões e aquisições, a perda de centros de controle e sedes na Região Sul foi destacada como ruim pelos coordenadores da pesquisa. "Neste ano, por exemplo, a Refap, [Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, na Grande Porto Alegre] deverá ser controlada totalmente pela Petrobras [que antes era dona de apenas 30% da refinaria], o que tirará daqui uma presença de importante influência, embora a produção continue como está. Essa perda de influência, principalmente no Rio Grande do Sul, onde a maioria das grandes empresas ranqueadas são familiares e privadas, é negativa", comenta o diretor-geral da Revista Amanhã, Jorge Polydoro.

Polydoro e Biedermann avaliam que a matriz tributária, sem grandes atrativos, e o deterioramento logístico do Rio Grande do Sul jogaram contra o estado, ao mesmo tempo em que a proximidade com São Paulo e o maior sucesso no fomento de polos produtivos beneficiaram o Paraná.

"O [ex-governador do Paraná] Roberto Requião nos ajudou a equilibrar um pouco isso nos últimos anos. Mas a tendência é que essa liderança do Paraná, que ocorre principalmente pelo investimento de multinacionais e estatais, continue e se acentue daqui para frente", diz Biedermann.

No dia 26 de setembro, no espaço de eventos do Estação Bussiness School, haverá um evento de comemoração e premiação para empresas paranaenses que fazem parte da pesquisa Grandes & Líderes deste ano.

A jornalista viajou a convite da Revista Amanhã.

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