O Paraná não conseguiu manter o posto de quarta maior economia do país conquistado em 2013. Após superar o Rio Grande do Sul, o Paraná perdeu novamente a posição para o estado gaúcho em 2014. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) paranaense recuou 1,5% em 2014, abaixo do desempenho da economia nacional, que avançou 0,5%, somando R$ 5,7 trilhões.
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Com a queda registrada em 2014, a participação do estado na geração de riquezas do país caiu de 6,3% em 2013 para 6,0% em 2014. Em valores correntes, o PIB paranaense somou R$ 348 bilhões em 2014 contra R$ 333 bilhões no ano anterior. Com isso, o estado voltou a ser a quinta maior economia do país, posição que ocupava desde 1949.
Paraná lidera queda do PIB entre os estados com retração
Em 2014, o PIB brasileiro cresceu 0,5% em relação a 2013, desempenho puxado principalmente pela alta de 2,8% na agropecuária e de 1% no setor de serviços. A indústria, por sua vez, recuou 1,5%. Nesse período, o estado com o maior crescimento foi o Tocantins (6,2%), cujo resultado foi influenciado pela agricultura, comércio e setor de construção. Na sequência vieram Piauí (5,3%), Alagoas (4,8%), Acre e Mato Grosso, ambos com 4,4%.
Na outra ponta, das retrações, o Paraná lidera a queda, com 1,5%. Em seguida, aparecem os estados de São Paulo (-1,4%), Minas Gerais (-0,7%) e Rio Grande do Sul (-0,3%). Segundo Frederico Cunha, gerente das Contas Regionais do IBGE, o recuo do PIB nesses estados teve como fator em comum o desempenho negativo da indústria de transformação.
São Paulo manteve a liderança na participação do PIB, com uma fatia de 32,2% de toda a economia brasileira, mesmo porcentual alcançado em 2013. Os demais estados com maior participação foram Rio de Janeiro (com 11,6%), Minas Gerais (com 8,9%), Rio Grande do Sul (com 6,2%). Juntos, os cinco Estados responderam por 64,9% da economia brasileira.
A retração na economia paranaense se deve, principalmente, a perda de participação da indústria (-1 p.p) e da agropecuária (-1 p.p), dois setores de extrema importância para o estado. Além disso, enquanto em 2013 a boa safra e a produção de energia impulsionaram o bom desempenho do estado, levando-o a ultrapassar o Rio Grande do Sul, no ano seguinte a estiagem severa trouxe consequências negativas para esses dois setores, bastante sensíveis às oscilações do clima.
“O ano de 2014 foi marcado por uma combinação de fatores desfavoráveis para a economia do Paraná. Além de uma queda brutal da indústria automobilística, já como fruto do início da recessão da economia brasileira, a estiagem afetou a produção agrícola e a geração de energia, sobretudo a capacidade de produção de Itaipu”, destaca Julio Suzuki Junior, diretor presidente do Instituto paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Queda momentânea
A queda de 1,5% no PIB do estado veio bem acima da expectativa do Ipardes, que esperava uma estagnação da atividade econômica do Paraná em relação ao resultado de 2013. Contudo, Suzuki acredita que a troca de posição com o Rio Grande do Sul é momentânea. Segundo ele, a distância entre Paraná e Rio Grande do Sul vinha diminuindo nas últimas décadas, resultado de um de um crescimento sustentando da economia paranaense frente à perda de dinamismo econômico do estado vizinho, decorrente, entre outros fatores, da crise financeira do estado.
“Esses processos de troca de posições são naturais, até que um estado finalmente consolide sua posição na economia nacional”, diz. Foi isso que aconteceu com Santa Catarina e Bahia na disputa pela sexta posição no PIB nacional, e é isso que Suzuki acredita que vai acontecer com o Paraná nos próximos anos. “A participação do Rio Grande do Sul se manteve a mesma, fomos nós que caímos em função de fatores pontuais”, acrescenta.
PIB per capita
Na passagem de 2013 para 2014, o PIB per capita do Paraná avançou de R$ 30,2 mil para R$ 31,4, colocando o estado na sétima posição. O PIB per capita do Paraná representa cerca de 1,1 vezes o PIB per capita do Brasil em 2014, de R$ 28,5 mil. O maior PIB per capita continua sendo do Distrito Federal, R$ 69,2, representando cerca de 2,4 vezes o PIB per capita do Brasil. No outro extremo, os menores PIBs per capita são o do Maranhão e Piauí, R$ 11,2 mil e R$ 11,8 mil, respectivamente.
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