Tornar-se zona livre da febre aftosa sem vacinação é a nova meta do Paraná. Conforme o secretário de Agricultura, Valter Bianchini, o objetivo é chegar a este título que, no Brasil, só foi conquistado por Santa Catarina até 2014. A nova condição sanitária permitiria acesso a mercados como Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul, que ainda têm restrições à carne fresca brasileira. Em maio do ano passado, o Paraná reconquistou o status de área livre da doença com vacinação, após ter ficado mais de dois anos sob suspeita de ter gado com a doença.
O primeiro passo para alcançar o status foi dado ontem, quando a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) anunciou a suspensão da vacinação contra a doença para bovinos e bubalinos com mais de dois anos de idade na primeira etapa da campanha de imunização. A vacinação de animais entre zero e 24 meses continua sendo obrigatória nas duas fases da campanha, em maio e novembro. Com a medida, a Seab calcula que 5,3 milhões de animais deixarão de ser vacinados no Paraná na primeira fase. Bianchini afirmou que a anualização (uma vez por ano) da vacinação de mais da metade do rebanho estadual, avaliado em 9,5 milhões de cabeças, deve gerar uma economia de cerca de R$ 7 milhões aos criadores paranaenses.
"Ser uma zona livre da aftosa sem vacinação é o suprassumo do status sanitário e o sonho de todo produtor", disse o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Kireff. "A importância desse título é imensurável. Será um grande atrativo empresarial para o estado do Paraná", concordou o presidente do Sindicato da Indústria do Leite, Wilson Thiensen.
Já o presidente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), Hans Yan Grivold, apesar de avaliar como positiva a medida, demonstrou preocupação. "Como produtor de leite, acho que esse acontecimento é um marco histórico, mas também uma grande responsabilidade que estamos assumindo. A suspensão parcial da vacinação é uma grande preocupação", declarou.
Segundo o diretor do Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária (Defis) da Seab, Silmar Bürer, o Paraná está seguro em adotar esse procedimento porque a sorologia realizada nos últimos quatro anos vem apresentando ausência de circulação viral para a doença, o que aponta para um risco mínimo sobre a existência da febre aftosa no estado.