Das dez pequenas e médias empresas (PMEs) que mais cresceram na Região Sul nos últimos três anos (2012-2014), sete são paranaenses. Na lista nacional, que conta com 200 companhias, a Região Sul tem 58 representantes no levantamento, sendo 23 do Paraná. Os dados são da 10ª edição da pesquisa “As PMEs que mais crescem no Brasil”, divulgada pela Deloitte nesta sexta-feira (11).
O levantamento classifica as empresas que tiveram receita líquida entre R$ 3 milhões e R$ 400 milhões no último ano e que operam há mais de cinco anos. As PMEs do setor de tecnologia foram a maioria no ranking nacional. O gerente da Deloitte responsável pela pesquisa, Giovanni Cordeiro, explica que as empresas desse segmento têm grande destaque porque oferecem produtos ou serviços que atendem uma demanda reprimida. “São companhias que já estão dentro da área de inovação, por isso conseguem entregar soluções mais eficientes e a um custo baixo”, afirma Cordeiro.
Receita de sucesso
Entre as classificadas, há duas características adotadas mais comuns para o sucesso do negócio: o investimento em inovação e ter como clientes grandes empresas. A pesquisa mostra que, entre as PMEs analisadas, 65% consideram que melhorias nos produtos ou serviços ofertados resultaram em bons resultados no fomento à inovação. O lançamento de novos produtos foi citado por 21%. “As PMEs que estão na lista investem em inovação nas suas práticas produtivas e fazem constante revisão de seus processos de produção. Com isso, elas se tornam competitivas e conseguem oferecer serviços com preços acessíveis que ajudam a diminuir os custos das grandes empresas”, diz Cordeiro.
No Paraná, a primeira empresa mais bem colocada é a construtora VCG Empreendimentos. Ela também ocupa a primeira colocação no ranking da Região Sul e o quarto lugar nacional, com média de crescimento entre os três últimos anos de 185,97%, segundo a pesquisa da Deloitte. Em 2014, o faturamento superou R$ 78 milhões.
Um dos diferenciais da construtora paranaense é ter adotado, desde o início, práticas comuns a grandes empresas, como balanços auditados, governança corporativa (sem relações familiares na estrutura profissional) e um sistema de gestão eficaz.
O diretor da VCG, Nuno Coelho, aponta que outro diferencial da empresa é a customização do produto. “Nosso produto foi bem aceito no mercado. Empreendimentos não são commodities. Hoje, os prédios são tudo a mesma coisa, mas o mundo está caminhando para algo mais customizado. Cada prédio, em cada terreno, precisa ser pensado de forma diferente”, reforça. Ele destaca que a prática adotada garante à empresa uma velocidade de venda três vezes superior a média do segmento.