A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) informou ontem a presença, em abelhas produtoras de mel na cidade paranaense de Quatro Barras, da doença AFB (sigla em inglês para Cria Pútrida Americana).
Segundo a OIE, é a primeira ocorrência da doença na região. As informações foram passadas à OIE pelo diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes de Souza, no último dia 24. O agente da doença é a bactéria Paenibacillus larvae. As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado, segundo a Embrapa. A origem da contaminação em Quatro Barras, no entanto, ainda não havia sido determinada, segundo a OIE.
A doença pode matar as abelhas na fase de pré-pupa ou pupa. Quando a morte ocorre na fase de pupa, observa-se geralmente a língua da pupa estendida de um lado para o outro do alvéolo.
Quando não morrem nessa fase, as larvas mudam de cor, passando do branco para amarelo até marrom-escuro. Outros sintomas são: favos falhados, escurecidos e afundados; cheiro pútrido; e presença de escamas (restos da cria já seca e muito escura) coladas nas paredes do alvéolo e de difícil remoção.
Segundo a Embrapa, a doença é de difícil controle pois a bactéria é resistente a antibióticos e pode permanecer no ambiente por muito tempo.
Diagnóstico
A confirmação da ocorrência de 24 casos da doença (com suspeita em outras 33 colméias) ocorreu no último dia 23, mas o início da contaminação foi registrado no dia 23 de outubro.
O diagnóstico da doença foi elaborado pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) no Rio Grande do Sul onde já haviam sido detectados casos da doença anteriormente.
Quarentena
Entre as medidas já tomadas para conter o avanço e evitar a contaminação de mais colméias estão um período de quarentena desde a data da notificação de suspeita; controle de transporte de colméias; e vigilância em um raio de 10 quilômetros do ponto onde foi encontrada a doença.