A indústria paranaense fechou o primeiro trimestre com o melhor desempenho do país ou o "menos pior" ao encolher 0,9% em relação aos três primeiros meses de 2008. Embora a retração tenha interrompido uma série de nove trimestres seguidos de expansão, ela foi bem mais suave que a queda sofrida pela atividade industrial em todo o Brasil, próxima de 15%. Algo parecido havia ocorrido no último trimestre do ano passado, quando o país sentiu os primeiros impactos da crise internacional: enquando a produção nacional caiu 6,3%, a paranaense avançou 1%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nove dos 14 segmentos industriais paranaenses cresceram mais ou caíram menos que a média nacional entre janeiro e março. Mas a linha de frente da "resistência" paranaense foi formada por, basicamente, três deles.
O maior auxílio veio do segmento de edição e impressão, cuja produção mais que dobrou no período. Um "crescimento atípico", segundo o IBGE, provocado pelo aumento das encomendas de livros didáticos para atender ao início do ano letivo. A segunda maior contribuição veio da indústria de produtos químicos (principalmente adubos e fertilizantes), que avançou 17%, recuperando-se das baixas do ano passado. Em seguida, aparece a indústria de minerais não-metálicos (cimento e outros insumos da construção), com uma surpreendente alta de 8%.
Entre os segmentos que se retraíram no primeiro trimestre, o pior resultado foi o da indústria de veículos que, pressionada principalmente pelo recuo da produção de caminhões, despencou 37%. A fabricação de máquinas e equipamentos também recuou com força (-25%), em razão da queda na produção de colheitadeiras e máquinas para fabricar celulose, segundo o IBGE. A terceira maior pressão negativa foi exercida pela indústria da madeira, cuja atividade diminuiu quase 20%.
Março
O primeiro dado apresentado pelo relatório do IBGE foi desfavorável ao Paraná: de fevereiro para março, a produção local recuou 2,3%, descontadas as influências sazonais, ao passo que em todo o país houve expansão de 0,7%. Em todas as demais comparações, no entanto, a indústria paranaense exibiu mais vigor que as colegas dos demais estados. Em relação a março do ano passado, por exemplo, a produção subiu 4,1% o único resultado positivo entre as 14 regiões pesquisadas pelo instituto.
O indicador de produção acumulada em 12 meses também é liderado pelo Paraná. A taxa estadual, que vinha caindo desde novembro, subiu 0,2 ponto porcentual em março, chegando a 5,9%. Um resultado menor que o acumulado em setembro (10,1%), antes do agravamento da crise, mas muito superior ao da média nacional que seis meses antes exibia uma alta de quase 7% e em março amargou um recuo de 1,9%.