Veja a situação da indústria no Paraná| Foto:

Uso de capacidade

Atividade cresce após cinco quedas

Folhapress

O uso da capacidade instalada da indústria brasileira (utilização do total de suas máquinas e equipamentos) voltou a crescer em março deste ano, após cinco meses seguidos de queda. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as fábricas trabalharam com 78,7% da sua capacidade, maior patamar deste ano.

Apesar da recuperação, o indicador ainda está abaixo dos patamares recordes registrados antes da crise.

O nível de utilização da capacidade é usado como um indicador do quanto a indústria pode crescer sem gerar inflação. Quanto menor o uso, maior a possibilidade de atender a um crescimento de demanda. Porém, em momentos de crise, a queda no uso sinaliza um desaquecimento da economia, e a alta, uma retomada da atividade industrial.

Os indicadores divulgados ontem pela CNI também mostram uma desaceleração na queda das vendas. O faturamento da indústria subiu 2,9% em relação a fevereiro, segunda alta seguida nesse tipo de comparação. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve queda de 1,6%. Apesar de negativo, o resultado é o melhor desde outubro, último mês em que houve crescimento.

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A indústria paranaense fechou o primeiro trimestre com o melhor desempenho do país – ou o "menos pior" – ao encolher 0,9% em relação aos três primeiros meses de 2008. Embora a retração tenha interrompido uma série de nove trimestres seguidos de expansão, ela foi bem mais suave que a queda sofrida pela atividade industrial em todo o Brasil, próxima de 15%. Algo parecido havia ocorrido no último trimestre do ano passado, quando o país sentiu os primeiros impactos da crise internacional: enquando a produção nacional caiu 6,3%, a paranaense avançou 1%.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nove dos 14 segmentos industriais paranaenses cresceram mais – ou caíram menos – que a média nacional entre janeiro e março. Mas a linha de frente da "resistência" paranaense foi formada por, basicamente, três deles.

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O maior auxílio veio do segmento de edição e impressão, cuja produção mais que dobrou no período. Um "crescimento atípico", segundo o IBGE, provocado pelo aumento das encomendas de livros didáticos para atender ao início do ano letivo. A segunda maior contribuição veio da indústria de produtos químicos (principalmente adubos e fertilizantes), que avançou 17%, recuperando-se das baixas do ano passado. Em seguida, aparece a indústria de minerais não-metálicos (cimento e outros insumos da construção), com uma surpreendente alta de 8%.

Entre os segmentos que se retraíram no primeiro trimestre, o pior resultado foi o da indústria de veículos – que, pressionada principalmente pelo recuo da produção de caminhões, despencou 37%. A fabricação de máquinas e equipamentos também recuou com força (-25%), em razão da queda na produção de colheitadeiras e máquinas para fabricar celulose, segundo o IBGE. A terceira maior pressão negativa foi exercida pela indústria da madeira, cuja atividade diminuiu quase 20%.

Março

O primeiro dado apresentado pelo relatório do IBGE foi desfavorável ao Paraná: de fevereiro para março, a produção local recuou 2,3%, descontadas as influências sazonais, ao passo que em todo o país houve expansão de 0,7%. Em todas as demais comparações, no entanto, a indústria paranaense exibiu mais vigor que as colegas dos demais estados. Em relação a março do ano passado, por exemplo, a produção subiu 4,1% – o único resultado positivo entre as 14 regiões pesquisadas pelo instituto.

O indicador de produção acumulada em 12 meses também é liderado pelo Paraná. A taxa estadual, que vinha caindo desde novembro, subiu 0,2 ponto porcentual em março, chegando a 5,9%. Um resultado menor que o acumulado em setembro (10,1%), antes do agravamento da crise, mas muito superior ao da média nacional – que seis meses antes exibia uma alta de quase 7% e em março amargou um recuo de 1,9%.

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