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Telefonia móvel

Paraná tem três das cinco “cidades mudas” do Brasil

Em Antônio Olinto celular é acessório de decoração. Tem torre da Claro, mas está em teste e sem sinal.Operadora promete corrigir problema nas próximas semanas | Josue Teixeira
Em Antônio Olinto celular é acessório de decoração. Tem torre da Claro, mas está em teste e sem sinal.Operadora promete corrigir problema nas próximas semanas (Foto: Josue Teixeira)

Se você não quer se juntar aos milhões de brasileiros com celular – segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), são 116,5 linhas de celular para cada grupo de 100 pessoas no país – e prefere ficar desligado do mundo, mude-se para Antônio Olinto, Paula Freitas ou Paulo Frontin, cidade do Sul do Paraná que não têm serviço de telefonia móvel. Nessas "cidades mudas", como são denominadas pela Anatel, há cerca de 20 mil pessoas vivendo sem as facilidades do celular, em pleno século 21. Além das cidades paranaenses, Grossos (Rio Grande do Norte) e Cristino Castro (Piauí) completam a lista dos municípios sem celular.

Essas cinco cidades esperam há pelo menos duas décadas a implantação efetiva do serviço de telefonia móvel. O curioso que mesmo sem sinal a maioria dos moradores dessas localidades possui aparelhos. Mas só podem utilizá-los quando estão em outras localidades ou quando conseguem um sinal ‘emprestado’ de algum município vizinho.

Mauro Santos, gerente de um supermercado de Paula Freitas, relata que dificilmente consegue utilizar o aparelho. Ele diz que caso existisse sinal, seria muito mais fácil realizar os negócios. "Nem sempre a gente consegue falar com a pessoa pelo telefone fixo. Às vezes, perco algum negócio porque o celular não funciona. Esses dias fui obrigado a me deslocar até União da Vitória para conseguir efetivar uma transação comercial", afirma.

A mesma realidade enfrenta o comerciante Isidoro Pech, de Paulo Frontin. "O celular aqui é para bonito. Não tem sinal e não conseguimos fazer nada que não seja pessoalmente. Hoje, o celular é essencial para qualquer negócio", lamenta Isidoro. Segundo ele, o sinal só é possível em determinados pontos da cidade. Com isso, a população que deseja utilizar o aparelho deve se deslocar até os pontos mais altos da cidade e torcer para que o aparelho capte algum sinal. "É um sinal que a gente pega de outra cidade. O município foi esquecido pelas operadoras", reclama.

Essas duas localidades vivem o blecaute do celular por um motivo curioso. A operadora Claro possui antenas instaladas ao longo da BR-476, que passa pelo interior de Paula Freitas e Paulo Frontin. O sinal, porém, não alcança as cidades. "Faz uns seis anos que estamos cobrando providências. Já encaminhamos solicitações e até fomos à sede estadual da operadora, mas nada adiantou. Praticamente só posso utilizar o aparelho quando vou a outro município", salienta Pech, que também é vereador de Paulo Frontin.

Prazo a ser cumprido

De acordo com a assessoria de imprensa da Associação Nacional das Operadoras de Celulares (Acel), todos os cinco municípios excluídos da telefonia celular serão contemplados com o serviço até o dia 31 de dezembro deste ano. "Essas cidades do Paraná e do Rio Grande do Norte e também do Piauí terão, obrigatoriamente, que possuir acesso ao sinal de celular ainda este ano".

De acordo com a assessoria, a empresa responsável por expandir o serviço até essas localidades será a Vivo. "Na anuência da fusão entre Vivo e Telefônica, ficou determinado pela Anatel que essas cinco cidades terão que ser atendidas pelo serviço de telefonia móvel", explica.

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