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Preferência SP, RJ e MG lideram movimentação em 2006

Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais juntos responderam por 56% do total movimentado pelas operações de cartões de crédito em 2006. A indústria de cartões faturou R$ 156,9 bilhões no ano passado. Desses 87,6 bilhões estiveram concentrados nos três estados da Região Sudeste.

A região também concentra 50% do total de cartões de crédito do país, com 39,3 milhões de plásticos. Somente São Paulo e o Distrito Federal movimentaram mais da metade do volume de suas regiões. São Paulo foi responsável por 55% do faturamento da Região Sudeste. Já o Distrito Federal abocanhou 52% do total da Região Centro-Oeste.

Segundo Fernando Chacon, diretor de Marketing de Cartões do Itaú, a Região Sudeste deve apresentar um crescimento de 17% neste ano no volume de transações, passando dos atuais R$ 90,7 bilhões para R$ 105,8 bilhões.

"Há um espaço muito grande para crescimento no Sudeste. A despeito de trabalhar com sucesso no processo de interiorização, a região tem 51% do público alvo dos cartões", afirmou. O alvo da indústria de cartões de crédito é formada por pessoas de 18 anos ou mais, sobretudo, na área urbana, com renda superior a R$ 250.

O tíquete-médio das compras com cartão na Região Sudeste foi de R$ 88, o menor valor entre as regiões. O maior foi verificado na região Norte: R$ 117.

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O paranaense é um dos consumidores brasileiros que menos usa cartão de crédito para fazer compras parceladas sem juros. Em 2006, dos R$ 4,5 bilhões movimentados no estado via cartão, somente 39,1% foram gastos em parcelamentos sem acréscimo. No Brasil, só Santa Catarina tem porcentagem menor: 38,7% do total de R$ 3 bilhões movimentado no estado. No ano passado, o uso de cartões de crédito em todo país representou um faturamento de R$ 156,9 milhões, montante garantido por 78 milhões de cartões ativos. Os dados fazem parte do estudo "A geografia do cartão de crédito no Brasil", divulgado ontem pelo banco Itaú.

A Região Sul, aponta o levantamento, é a que menos aderiu ao cartão de crédito. Os consumidores de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul respondem por apenas 8% dos cartões de crédito brasileiros e 8% do volume movimentado, somando R$ 12,2 bilhões. É metade do potencial traçado para a região.

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Considerando-se como população alvo moradores de áreas urbanas, maiores de 18 anos e com renda pessoal acima de R$ 250, o Sul poderia responder por 16% dos usuários de cartão do Brasil.

Os consumidores do Sul, mostra a pesquisa, também são os brasileiros que mais priorizam as compras pagas à vista. Enquanto a média nacional é de 81% de escolha pelo pagamento no ato da compra, no Sul o índice sobe para 86%, sendo 79% das compras feitas em dinheiro. Dos 13% de pagamentos feitos a prazo na região, 9% são feitos com cartão. A média brasileira é de 16% de compras a prazo, sendo 12% com cartão.

Para o diretor de marketing de cartões do banco Itaú, Fernando Chacon, foi a falta de aceitação dos cartões no varejo e não um comportamento diferenciado que fez com que a Região Sul utilizasse menos o cartão do que o resto do país. "O grande grupo português [Sonae] que até pouco tempo liderava o ramo de supermercados não aceitava todos os tipos de cartão de crédito. O Sul ainda tem lojas que só vendem a prazo na base de carnês de pagamento, enquanto em outras regiões isso é raro. Essa demora na aceitação fez com que o cartão também demorasse para se popularizar", avalia o diretor.

A previsão do banco é de que o número de cartões na região aumente em 25% este ano. "É o segundo maior potencial de crescimento, depois do Nordeste, que deve crescer 26%", prevê Chacon.

O Sudeste e o Nordeste são as duas regiões brasileiras que mais usaram cartões de crédito em 2006, respondendo por 58% e 22%, respectivamente, do volume movimentado no país. A justificativa para os números está no fato de o Sudeste ser o maior pólo financeiro e econômico do país e de que no Nordeste os cartões são amplamente utilizados pelas classes de menor renda, como uma das poucas fontes de financiamento possíveis.

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Sem conta

Na opinião do diretor da consultoria financeira Fractal, Celso Grisi, a variação de adoção do cartão de crédito de uma região para outra não indica um comportamento de crédito diferente. "Para a população bancarizada, não há variação. Todas as regiões adotam o cartão da mesma forma. O que muda é para a população de baixa renda, que não tem conta no banco, e utiliza o cartão como uma fonte de crédito, não só para postergar a data do pagamento", diz ele.

Para Grisi, o que pode fazer com o que o Sul utilize crédito aquém do potencial é o fato de a renda do usuário na região ser maior do que no Sudeste e no Nordeste, o que acaba favorecendo o pagamento à vista.