Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Negócios

Paranaenses apostam em franquia

José Ost, um dos fundadores do Centro Europeu: estratégia é adaptar cursos para a demanda de mercado das regiões onde serão abertas as escolas franqueadas | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
José Ost, um dos fundadores do Centro Europeu: estratégia é adaptar cursos para a demanda de mercado das regiões onde serão abertas as escolas franqueadas (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

O crescimento do setor de franquias está atraindo uma nova safra de empresas paranaenses para esse modelo de vendas. Dispostas a acelerar o seu crescimento sem a necessidade de capital, redes como a lanchonete Au-Au, a sorveteria Frug Frozen Yogurt, os Salões Marly e a escola de idiomas e profissões Centro Europeu fizeram sua estreia nessa modalidade em 2009. A turbulência econômica, na verdade, trouxe mais investidores para o mercado de franquias, que deve fechar o ano com um faturamento de R$ 63 bilhões, 14,5% maior do que no ano passado. "Muitas pessoas que perderam o emprego na indústria ou no mercado financeiro resolveram investir o dinheiro da indenização em um negócio próprio e apostaram no modelo de franquia", diz o diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Ricardo Camargo. O setor registrou um aumento de 25% nos interessados no sistema, principalmente nos segmentos de acessórios pessoais e calçados; alimentação e beleza, saúde e produtos naturais. De acordo com ele, quase todas as redes mantiveram seus planos de expansão. Foram abertas 76 mil novas unidades franqueadas no período. Em 2009, cerca de 80 empresas aderiram ao sistema de franquia no Brasil. É o caso, por exemplo, da rede de escolas de idiomas e profissões Centro Europeu, que abriu em 2009 suas duas primeiras unidades franqueadas – uma em Joinville (SC) e outra em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. José Ost, diretor administrativo e um dos fundadores do Centro Europeu, estima que em 2011 pelo menos metade do faturamento do grupo virá das unidades franqueadas.

A intenção é abrir franquias em Londrina, Maringá e Florianópolis até o segundo semestre de 2010. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília devem receber unidades em 2011. Fundado há 19 anos, o Centro Europeu oferece cinco cursos de idiomas e 14 profissionalizantes, mas a intenção é adaptar a franquia à necessidade de mercado local, o que vai possibilitar a diversificação dos cursos oferecidos. "Em Joinville, por exemplo, onde há um polo industrial forte, queremos oferecer cursos na área de tecnologia", afirma.

A maior parte das empresas vê na franquia uma forma de levar a marca para outros estados. A rede de salões Marly, que lançou no fim de novembro o seu modelo, quer usar a franquia para levar a marca para interior do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Com faturamento de R$ 2,5 milhões por ano, Marly tem 12 salões próprios em Curitiba, onde vai continuar com unidades próprias. Há um ano e meio a empresa vem acelerando sua expansão. Somente em 2009 foram abertas oito unidades, com recursos de R$ 960 mil, de de acordo com Marly Minatti, fundadora da rede – aberta há 38 anos e que emprega 1,2 mil funcionários. A expectativa é de que pelo menos 30% da receita venha das franquias.

Para César Brecailo, diretor da rede de lanchonetes Au-Au, a franquia traz duas vantagens. A primeira é acelerar a expansão sem a necessidade de capital financeiro. A segunda é o fato de que a franquia, embora necessite de planejamento e treinamento dos franqueados, não exija uma atenção permanente, como acontece com as lojas próprias. Com 10 lojas próprias, a rede de lanchonetes, criada há 35 anos e com faturamento anual de R$ 8 milhões, abriu processo de franchising em julho desse ano. Já negociou a abertura de oito franquias – três delas já abertas. É por meio de uma franquia que a empresa vai fazer sua estreia em Camboriú (SC), a primeira unidade fora do Paraná, em março do próximo ano. O objetivo inicial é chegar a 20 lojas franqueadas.

Muitos negócios também já nascem com foco no mercado franquias, como a sorveteria Frug Frozen Yogurt, que quatro meses depois de abrir sua loja própria adotou o modelo de franquia. "Já recebemos 30 solicitações", diz o proprietário Luis Della Barba. Ele espera abrir 120 pontos de venda em 2010.

Na avaliação de Ricardo Camargo, da ABF, o bom desempenho do setor de franquias em um ano de incertezas também pode ser atribuído à forte concentração desse mercado nos segmentos de varejo e serviços, que foram pouco afetados pela crise. Mesmo assim, o ritmo de crescimento, nesse ano, deve ficar abaixo da média dos últimos anos, que bateu a casa dos 19%.

Camargo projeta um crescimento de 15% em 2010, que poderá ser até maior, dependendo do comportamento da economia. "Se o Produto Interno Bruto (PIB) evoluir em torno de 6%, poderemos ter um crescimento de até 17%", afirma.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.