Paranaguá No início de dezembro, quando o navio Libra Salvador levantar âncoras e soltar as amarras no cais do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), o Porto de Paranaguá estará eliminado da rota de navegação que liga a costa Leste dos Estados Unidos à costa Oeste da América do Sul. A rota conhecida como Serviço Samba é operada pelo trade que envolve a Hamburg Sud, CSAV Group, CMA-CGM e Maruba, empresas líderes no transporte marítimo mundial.
A partir do dia 2 dezembro, os navios que fazem esta linha passarão a atracar no Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Os armadores apontam a elevação contínua do custo portuário, o aumento nos custos trabalhistas e o congestionamento generalizado no porto paranaense como os motivos para a transferência. Eles afirmam que a transferência para o terminal catarinense atenderá à demanda do setor, que precisa de uma operação com mais agilidade e garantia do cumprimento das janelas de atracação.
O custo diário de um navio à espera de atracação, segundo fontes do setor, é em média de US$ 50 mil, e os atrasos seriam freqüentes no terminal paranaense.
O comunicado sobre a eliminação da escala em Paranaguá não foi feito diretamente ao TCP. Clientes que atuam no comércio exterior e utilizam o serviço Samba receberam um correio eletrônico no último dia 22, informando sobre a decisão do grupo e orientando o envio da carga para o terminal de São Francisco do Sul. O email relatando os problemas foi assinado por Carl Temple, funcionário da Hamburg Sud em Nova Iorque.
Oficialmente, a Hamburg Sud afirma que a eliminação do Porto de Paranaguá na rota do Samba é apenas um reposicionamento. A assessoria de imprensa da empresa, em São Paulo, diz que a rota passará a ter uma escala a mais, no porto de Cabello, na costa central da Venezuela. "Com isso, era necessário eliminar uma escala no Brasil e o grupo optou por cortar Paranaguá da rota", informou a assessoria, que não soube precisar quais os critérios adotados para a decisão.
A assessoria de imprensa da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) informou que a retirada do porto da rota do trade não deverá causar redução na receita portuária. De acordo com a assessoria, a Appa acredita que o espaço será preenchido rapidamente por outros armadores.
Apesar de o TCP ser uma concessão da iniciativa privada, a Appa não aceita a afirmação de que aumento nas tarifas portuárias tenham condicionado a decisão do trader. O porto paranaense está com suas tarifas congeladas desde 2002, conforme a Appa. De acordo com a assessoria, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) autorizou um reajuste de 21,3%. No entanto, desde janeiro deste ano o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Paranaguá impede a homologação do índice.
A Appa também contesta a informação de atrasos no porto e assinala que a implantação de janelas públicas, em julho, acabou com o problema.
Segundo a assessoria de imprensa, as janelas públicas são oferecidas com dia e hora pré-estabelecidos para os serviços semanais regulares de navios com carga completa e o cronograma estabelecido é cumprido rigorosamente. Dados do Departamento de Estatísticas da Appa apontam que as operações com contêineres no Porto de Paranaguá tiveram um aumento de 13% em comparação com o ano passado.
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